quinta-feira, 27 de março de 2014

Pesquisa Consult-MaisPB mostra disputa em aberto para o governo


Os números da primeira pesquisa de intenção de voto realizada depois do anúncio do rompimento entre o senador Cássio Cunha Lima e governador Ricardo Coutinho (Cássio, 40,8%; RC, 23,9%; Veneziano, 12,15%) nos permite pelo menos uma projeção: teremos uma disputa acirradíssima em 2014, repetindo o que aconteceu nas três últimas eleições.

Com a diferença de que, dessa vez, teremos três candidatos com chances de irem para o segundo turno.

Ainda falta a divulgação dos índices de rejeição de cada um para aferirmos melhor o potencial de cada um deles na disputa. Fiquemos por ora na análise das intenções de votos.

Cássio

Confesso que achei os números do senador e ex-governador tucano um tanto decepcionantes, considerando a competente movimentação política dos últimos anos e a espetacularização do anúncio do rompimento com RC, fato ocorrida há poucos dias.

Se considerarmos que, no campo da imagem, Cássio não fez nada nos últimos três anos não ser cultivar a dubiedade necessária na sua relação com o governo, de quem era apoiador e partícipe, os números de Cássio aferidos em um momento tão favorável devem acender o sinal de alerta entre os tucanos. Cássio não está com essa bola toda, como se imaginava.

Em 2010, Cunha Lima posou de vítima perseguida pelas forças malévolas do maranhismo, o que o ajudou a desviar o foco tanto da avaliação a respeito do seu governo, quanto dos motivos que levaram a sua cassação.

Tanto uma coisa como outra, se bem apresentadas ao eleitor, poderiam gerar grandes problemas para o tucano, mas o PMDB não soube aproveitar esse flanco aberto em 2010.

Por outro lado, a aliança com RC permitiu tanto que Cássio quebrasse a unidade do bloco liderado pelo PMDB, como essa aproximação com um político com uma imagem fortemente positiva no meio do eleitorado, ajudou o ex-governador a suavizar e a reconstruir sua própria imagem.

A vitória de 2010, numa situação inicialmente muito desfavorável, mostra o quanto a estratégia cassista foi correta, no que ela foi ajudada pelos erros primários cometidos por José Maranhão, especialmente durante a campanha.

Após a vitória de 2010, Cássio preparou com paciência o anúncio do rompimento com RC e o anúncio de sua própria candidatura. Sempre dúbio em relação ao governo, Cássio foi capaz de, mesmo de corpo inteiro no governo, manter-se palatável até para o mais empedernido antiricardista. Coisas da política paraibana...

Os 40% obtidos pelo tucano representam um número próximo ao que ele obteve nas eleições de 2002 e 2006, considerando os votos nulos e brancos. A questão é saber se esse é o teto cassista ou se ele pode crescer além disso. Por isso, os dados da rejeição são tão relevantes agora.

É bom considerar que Cássio correu livre e solto nos últimos três anos. Paparicado pela oposição, que ansiava pelo rompimento, e sem poder ser atacado pelo ricardismo, imobilizado diante da esperança de ainda manter a aliança, Cássio manuseou com a habilidade costumeira as expectativas de potenciais adversários em relação a ele.

Depois do rompimento, a situação mudou. E para pior. A máquina de comunicação do governo vai tentar a todo custo desconstruir a imagem do ex-governador. Líder nas pesquisas e, hoje, a ameaça principal tanto ao ricardismo quando ao PMDB, Cássio vai penar sob pesada artilharia.

Ou seja, a tendência é Cássio perder fôlego e alguns dos votos incorporados ao espólio nos últimos anos, o que não tende a inviabilizar sua candidatura, mas igualá-la em potencial a dos principais adversários. Só durante a campanha teremos uma percepção mais clara se o tucano será presença garantida no segundo turno.

Ricardo Coutinho

Para um candidato que está há três anos sentado na cadeira de governador, a situação de Ricardo Coutinho não é nada confortável. Os 24% das intenções de voto o colocam numa posição muita frágil, seja porque esse resultado indica que o seu governo não anda bem avaliado, seja porque sua liderança não parece ainda consolidada no estado.

E RC tem uma dificuldade mais grave para superar essa situação. A sua força aglutinadora parece localizada quase que exclusivamente no controle da máquina administrativa, o que tem lá sua importância, mas é insuficiente para levar um candidato à reeleição à vitória, como 2010 já demonstrou.

Do ponto de vista da estrutura partidária, RC não dispõe de uma que possa lhe dar suporte nos principais municípios, à exceção de João Pessoa. E é nesses municípios de grande porte onde RC tem mais contestação e mais insatisfações com seu governo.

Mesmo na Capital e região metropolitana, o PSB perdeu muito da força acumulada depois que o ex-prefeito Luciano Agra e seu grupo romperam com o governador. Aqui, RC pode viver o pesadelo de ter que dividir por igual o eleitorado da Capital, vendo anulado aquele que foi seu principal colégio eleitoral.

Em Campina, o segundo colégio eleitoral RC tende a ser engolido pelo campinismo e sofrer uma pesada derrota eleitoral para seus principais adversários, que são campinenses. É improvável que Rômulo Gouveia, mesmo na vice, consiga abrir o coração de Campina para “forasteiros”.

Do ponto de vista dos grupos políticos, RC tende a ficar fora da polarização em Patos e Sousa, bem como em Guarabira e Monteiro. Em Cajazeiras, onde conta com o apoio de Carlos Antônio e seu grupo, RC disputa, mas sem grandes perspectivas de obter uma vitória que anule as derrotas em outros grandes municípios.

RC dependerá, enfim, do seu desempenho nos pequenos municípios, onde, aliás, venceram todos os candidatos à reeleição. É preciso saber se cada prefeito desse que está anunciando apoio ao governador entregará a rapadura como prometido.

Mas, é bom não subestimar Ricardo Coutinho. Além de contar com uma poderosa máquina administrativa e de comunicação, RC tem um portfólio de obras para mostrar interior adentro. Além disso, Coutinho tentará se apresentar como o político anti-oligarca, fato reforçado pelo tradicionalismo político e familiar dos outros dois candidatos.

Enfim, RC não está fora do jogo, mas terá grandes dificuldades nessa campanha, especialmente no segundo turno, se ele conseguir chegar lá. RC tem de torcer para o seu candidato a presidente não passar para o segundo turno com Dilma. Nesse caso, ele não terá a quem pedir apoio.

Veneziano

Dos três candidatos ao governo, Veneziano é hoje o menos conhecido e o único que ainda não foi governador. De um lado, isso significa que ele tem potencial de crescimento quanto mais o eleitorado paraibano passe a conhecê-lo. Sem ter sido governador, restará aos adversários a crítica à gestão de oito anos do peemedebista em Campina Grande.

E é bom Vital do Rego se preparar para esse debate para não transformar essa experiência administrativa no seu “calcanhar de Aquiles”.

A imagem que ficou para parte expressiva do eleitorado, especialmente em João Pessoa, foi a dos últimos três meses de gestão, marcada por um clima que tentava traduzir uma situação de caos e abandono de Campina Grande.

Artificial ou não essa imagem se converte hoje em um fator de resistência de parte do eleitorado à candidatura do Cabeludo. Seu maior desafio será mostrar que esses últimos três meses não representam o que foram os seus oito anos de administração.

E Veneziano tem um poderoso argumento. Se sua administração era tão ruim, como foi que sua candidata à prefeitura, a desconhecida e pouco habilidosa, Tatiana Medeiros, obteve mais de 40% dos votos em 2012, superando a conhecida deputada Daniela Ribeiro, do PP?

Ou seja, o desempenho eleitoral de Veneziano em 2014 estará intimamente ligado a esse debate. Se seus adversários conseguiram corroborar como marca da gestão a imagem que ficou dos últimos três meses de gestão em Campina, Veneziano dificilmente se viabilizará. Caso contrário, ele entra no jogo com grandes chances de vitória.

Por vários motivos. Veneziano deve ter o apoio do PT e de parte do “blocão” – 0 PP dificilmente vem, mas aí Aguinaldo Ribeiro vai provavelmente inviabilizar sua continuidade no ministério em caso de da reeleição de Dilma, – e de outros partidos, como o PR, o que dará uma poderoso arma eleitoral: o maior tempo de TV.

Por outro lado, Veneziano tem ao seu dispor uma formidável estrutura partidária, a 
maior da Paraíba, enraizada por todo o estado devido à longevidade política do PMDB. De João Pessoa a Cajazeiras, o PMDB dispõe de lideranças que rivalizam em cada município com outros grupos.

Veneziano, além disso, contará com o suporte político de uma candidatura aliada à campanha de reeleição de Dilma Rousseff e com o apoio e a presença de Lula, um poderoso reforço ao seu palanque.

Diferentemente de 2010, quando RC usou a influência de Eduardo Campos para neutralizar o apoio de Dilma e Lula a José Maranhão, em 2014, Campos será o nome a ser batido no Nordeste. E Lula tratará disso com toda atenção e carinho.

Por fim, Vital do Rego tem discurso. Ele será o único candidato que pode com legitimidade se mostrar ao eleitorado como oposição. Cássio será tratado pelos dois adversários como o oportunista, aquele que se aproveitou do governo até o último instante para depois abandoná-lo.

2014 promete


Enfim, a eleição de 2014 promete muitas emoções. Um prato cheio para quem gosta e acompanha a política.

sexta-feira, 21 de março de 2014

A moda do golpe: da Venezuela à Paraíba

Marchas para o golpe
Em 28 de junho de 2009, o presidente legitimamente eleito de Honduras, Manuel Zelaya, foi deposto pelo Exército depois de uma determinação da mais alta Corte de justiça do país. Em 22 de junho de 2012. O presidente constitucional do Paraguai, Fernando Lugo, foi destituído do cargo pelo parlamento paraguaio depois de um processo de impeachment que durou pouco mais de um dia. Lugo, de esquerda, se elegera em 2008, derrotando o conservador Partido Colorado, no poder há 61 anos.
A Venezuela vive seus dias de mobilizações contra o governo de Nicolas Maduro, lideradas por uma oposição declaramente golpista que também tem o apoio dos EUA. A Venezuela, o país de maior estabilidade democrática da América Latina, já sofreu uma tentativa de golpe, quando em 11 de abril de 2002, o então Presidente Hugo Chavez foi deposto e preso por 47 horas, quando o povo foi às ruas e reverteu o golpe.
Fiquemos na América Latina e para não falarmos do que ocorreu recentemente na Ucrânia.
No Brasil, a pregação golpista é cada vez mais escancarada. Nas mobilizações que tomaram as ruas do país no ano passado, não era incomum ver pessoas segurando cartazes em que defendiam a volta da ditadura. Nas redes sociais, grupos são criados para defender a volta da ditadura militar: Regime Militar Brasil, Ditadura militar já, Golpe Militar 2014 são nomes de grupos criados no Facebook com esse objetivo explícito. Um deles (Golpe Militar 2014) já tem mais de 21 mil “curtidas”.
É desses grupos a iniciativa de realizar a “Marcha da família com Deus pela liberdade”, que acontece amanhã (22 de março), na mesma data da marcha que, 50 anos atrás, mostrou o apoio da classe média ao golpe militar que deporia o presidente João Goulart 11 dias depois.
Com a nossa história, ninguém pode brincar com golpe no Brasil.
Golpe em Santa Rita
É nesse clima que se dá a tentativa de deposição do prefeito de Santa Rita, Reginaldo Pereira, por um grupo de vereadores “insatisfeitos” com a administração santarritense, a partir de motivos obscuros que, se postos em prática, serviriam de justificativa para afastar quase todos os prefeitos do Brasil.
O que acontece em Santa Rita tem nome: “golpe”. E não dá para aplaudir, por maior que seja a insatisfação com a administração de Reginaldo Pereira, que tem pouco mais de um ano.
Além do casuísmo golpista, trata-se de uma demonstração, de um recado para os prefeitos de outras cidades e para os futuros prefeitos de Santa Rita do quanto eles são reféns políticos de parlamentares que sequer tem conhecimento do que significa ser “republicano”, como ficou demonstrado em entrevista que o “líder” da oposição em Santa Rita concedeu ao repórter Fernando Braz, da Rádio Arapuã.
E vamos aplaudir isso, só por conta de divergências políticas?
Golpe contra RC?
E o pior é que o modismo do golpe ameaça chegar ao centro do poder na Paraíba: a Assembleia Legislativa pretende reprovar as contas do governador Ricardo Coutinho para torna-lo inelegível.  E como, ao que parece, não há mais constrangimento político – ou moral – de se tratar de um assunto como esses, tudo é deixado às claras e discutido em toda roda composta de pessoas minimamente informada sobre a política paraibana.
No começo desse debate, eu achava que se tratava apenas de uma ameaça velada, mas infelizmente não é. Figuras proeminentes da oposição já tratam disso quase como um fato consumado e – vejam só – tem deputado do PT entre os mais afoitos na defesa da desaprovação das contas do governador.
Logo o PT, cuja ameaça de golpe – seja “institucional”, como em Honduras ou no Paraguai, seja pela via da força, como acontece hoje na Venezuela – vive a pender-lhe sobre o pescoço como uma espada de Dâmocles, o que lhe forçou a estreitar os laços com o conservadorismo, fato que o imobiliza no governo federal em muitos setores, como o da Reforma Agrária. Para não falar na política de juros.
Mais irônico ainda é ver deputados cassistas recém-convertidos ao oposicionismo começarem a flertar com a tese da desaprovação das contas, isso depois de mais de três anos vivendo sob a frondosa árvore do governismo, mesmo sem o “tapinha nas costas”, o “sorriso fácil” e outras necessidades mais.
Logo Cássio, cuja administração, em quase todos os longos seis anos de seu governo, recebeu pesadas censuras do Tribunal de Contas em razão de manobras contábeis realizadas para atingir a determinação constitucional de gastar 25% das receitas em educação, quando conseguia atingir. O que também acontecia na saúde e em outros setores do governo.
Fora a aprovação das contas de 2006, mesmo com as irregularidades que levaram à cassação de Cunha Lima. Mesmo com a demonstração do uso irregular dos recursos do “Fundo de Combate à Pobreza” que, entre outras coisas, financiou tratamento dentário de dezenas de milhares de reais para esposa de deputado. Convenhamos, esse não vem a ser um território onde o cassismo pode correr solto. Pelo contrário.
Para me opor a essa ação, não vou discutir nem entrar nas argumentações de ordem política, como a possibilidade de tornar RC um “cristo crucificado” pela velha política do familismo e do coronelismo insatisfeitas com seu governo – esse é um argumento falso, mas é um argumento que ganhará força quando (e se) essa questão ganhar força.
Prefiro me ater à necessidade de consolidação das instituições democráticas, que foi o que permitiu a ascensão de políticos cuja origem social era antes um impedimento para que isso acontecesse. Vejam Lula! Não precisamos de golpe, precisamos do aprimoramento dessas instituições.
E se existem problemas nos gastos do governo, que a Assembleia cuide que criar mecanismo para evitar que isso volte a acontecer, e não existe nada melhor que uma transparência radical para inibir ações, digamos assim, pouco republicanas.
De todos. 

segunda-feira, 17 de março de 2014

O silêncio ensurdecedor de Veneziano e a aliança PSDB-PMDB na Paraíba

O silêncio a que as lideranças peemedebistas paraibanas, especialmente o pré-candidato a governador, Veneziano Vital, se impuseram nos dias pós-carnaval é tão ou mais eloquente do que qualquer discurso.

Em política, como se sabe, as ações falam mais do que as palavras.

Quando se esperava uma ofensiva peemedebista imediatamente após a quarta-feira de cinzas, quando oficialmente se inicia o ano eleitoral, o que se viu foi um estratégico silêncio que deixa mais dúvidas do que certeza a respeito da manutenção da candidatura do Cabeludo.

A crise PT-PMDB

Mais ainda quando o silêncio ensurdecedor de Veneziano acontece em meio a maior crise entre PT-PMDB desde que Lula tornou os peemedebistas seus aliados preferenciais para governar o Brasil, com todas as implicações que isso trouxe em termos programáticos.

O PMDB quer mais espaço no governo, como, aliás, quer também todos os outros partidos da ampla aliança nacional, inclusive o PT, que controla hoje mais de 20 ministérios, inclusive os da Educação e da Saúde que, sozinhos, são responsáveis por quase 40% do que o Governo Federal gasta em impostos.

Dilma Rousseff, mais marqueteira do que política, tenta fragilizar o aliado com a mise-en-scène de que não vai negociar apoio político em troca de cargos.

Isso provavelmente para conseguir mais apoio na classe média, onde reside o maior foco de resistência à sua candidatura presidencial.

Jogar para a galera foi um erro que Lula, por exemplo, jamais cometeu com aliados, e por uma razão óbvia: é um tiro que pode sair pela culatra.

E o PMDB, com alguma razão, reclama do tratamento recebido, cuja marca fisiológica a Presidenta e o Ruy Falcão faz questão de acentuar nos últimos dias.

Como Dilma sabe que o PMDB jamais sairá unido em bloco para essa disputa – o que nunca aconteceu, diga-se de passagem, – como também sabe que o partido dificilmente abandonará o barco petista enquanto a presidenta se mostrar viável, e Lula se mantiver no horizonte como substituto de luxo, ela toureia o PMDB para dele se diferenciar, mesmo mantendo-o como aliado.

Cassio e Veneziano junto, isso é possível?

Existe a possibilidade do PMDB romper nacionalmente com Dilma, deixando de apoiá-la?

Não acredito, pelo menos no curto prazo. Mas, a direção nacional do PMDB, como todos sabem, é muito flexível para permitir que suas lideranças levem em conta os interesses de suas estratégias estaduais.

Só assim o PMDB se manteve até hoje como partido. Manter-se-á no futuro? Vamos ver.

É no caso da Paraíba? Eu não subestimaria a possibilidade de uma aliança do PMDB com o PSDB paraibano, com Veneziano Vital ocupando a vaga de Senador.

Internamente, uma parcela cada vez mais expressiva do PMDB começa a aderir a essa tese. Possíveis resistências, ao que parece, já não seriam hoje um óbice para a aliança, como o ex-governador José Maranhão.

Se RC juntou-se a Cássio para derrotar José Maranhão em 2010, qual o problema de Cássio juntar-se ao PMDB para derrotar o atual governador.

É aquela história: quem com ferro fere, com ferro será ferido...

Enfim, não serão problemas internos no PMDB que impedirão a aliança com o PSDB em 2010.

Por outro lado, o PT faz o que pode para ajudar para que isso aconteça, seja porque isso o obrigaria a “ser protagonista”, lançando sua candidata, Nadja Paliot, ao governo, seja porque isso o afastaria em definitivo do PMDB, deixando o PT livre para ocupar o espaço que um dia foi de Ricardo Coutinho. Isso ele já tenta fazer em João Pessoa.

Por isso, o PT continuar a tensionar a relação com o PMDB paraibano, resistindo como pode a uma aliança.

Mesmo que já esteja mais do que claro que a direção nacional petista tem uma indicação de apoiar o PMDB na Paraíba, a direção estadual optou por um processo lento, gradual e – se possível – desgastante para Veneziano, no que ela tem a alegre companhia do PP do ex-ministro Aguinaldo Ribeiro, que sonha dormindo e acordado com a possibilidade de ser ele o “Senador de Cássio”.

Todos juntos num mesmo projeto. E Dilma? Bom, deixemos os petistas em paz com essas perguntas indiscretas, não é mesmo?

Por fim, existe em marcha um movimento que pode se tornar irreversível, especialmente se Veneziano se mantiver imobilizado, como está hoje: a polarização Cássio-RC, que ambos alimentam mutuamente.

Veneziano sabe que pode ser engolido por ela. Por ora, essa polarização já dificulta, ou freia, a ascensão do peemedebista.

Se até maio Veneziano não se mostrar viável, alguns problemas aparecerão, principalmente o financeiro. E a Copa não ajudará muito, pelo contrário, ela tende a encurtar a disputa eleitoral, o que não beneficia em nada, pelo contrário, a estratégia venezianista.

Enfim, se eu tivesse de apostar hoje, eu ainda apostaria na manutenção da candidatura ao governo do PMDB. Mas, não sei por quanto tempo eu mantenho essa aposta.