O quadro eleitoral da campanha para prefeito em João Pessoa muda a cada divulgação de
pesquisa. Ontem, foi a vez da segunda pesquisa encomendada pela TV Arapuan vir a público.
Desde a primeira pesquisa, o Instituto Opinião destoa de todas as outras
divulgadas até agora. Foi nessa primeira pesquisa, por exemplo, que Luciano Cartaxo, do
PT, superou pela primeira vez a marca dos 14%, na qual permaneceu por quase um
mês desde que registrou sua candidatura. Na de ontem, Cartaxo chega a convenientes 19%, o que representa um empate técnico em primeiro lugar tanto
com Cícero Lucena (23,5%) quanto com José Maranhão (23%). Ao passo que Estela
Bezerra, do PSB, cresce e chega aos 16%, também em empate técnico com Cartaxo.
A conveniência da margem de erro
Em
todas as pesquisas publicadas até agora, Cícero Lucena e José Maranhão mantiveram uma acirrada disputa pelo primeiro lugar, enquanto Cartaxo e Bezerra ficaram à distância numa disputa pelo terceiro. Vejam o caso da pesquisa da TV Tambaú,
divulgada apenas há uma semana. Ali, comparando com pesquisas de outros
institutos divulgadas, já que foi a primeira realizada, todas as variações aconteceram dentro da margem de erro, portanto, não representava nenhuma mudança no
quadro eleitoral. Se Cícero Lucena cresceu fez isso dentro da margem de erro;
se Maranhão perdeu pontos, o fez também dentro da margem de erro, com Cartaxo a
mesma coisa, e mesmo Estela "cresceu" também dentro da margem de
erro.
Isso
até a pesquisa as TV Arapuan ser divulgada, promovendo uma completa, mas,
também, conveniente, reconheçamos, alteração no quadro eleitoral, especialmente
para os candidatos governistas (Cartaxo e Estela). A grande pergunta é: qual fato
político de relevância foi produzido para levar a uma mudança tão repentina no
desempenho desses dois candidatos? Eu, particularmente, não percebi nenhum.
Podemos estar diante de uma mágica política que só as pesquisas eleitorais são capazes de promover: a
mágica da margem de erro. Por essa mágica, a diferença entre os candidatos pode
variar de 6, 7, 8 e até 10%. No caso da pesquisa da Arapuan, essa variação pode
chegar a 6,6%, para baixo ou para cima. Então, uma diferença de 6% pode se
transformar em empate técnico. Acrescente-se a isso o fato de que estamos ainda
a quase um mês da eleição, quando tudo é projeção, tudo é “momento”. A aproximação
do dia da eleição tem sempre o condão de ajustar os resultados das pesquisas à
realidade.
Novos
capítulos dessa novela das pesquisas virão. Se umas vão desmentir as outras, só o tempo dirá. Por ora, é bom ninguém se empolgar muito com pesquisas eleitorais, especialmente as que são realizadas na Paraíba.
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