A respeito de nota assinada por 70
estudantes (são 3.081), por 34 professores (são 131) e por 8 servidores
técnicos-administrativos (são 137) do Campus III da UFPB, em Bananeiras, na qual
tentam justificar os injustificáveis ataques proferidos pelo Secretário
Executivo do Governo do Estado, Alexandre
Eduardo de Araújo, aos
professores daquele campus que votaram em Margareth Diniz, tenho a declarar o
que se segue:
1. Fazer referência ao trabalho do PROFESSOR
Alexandre não justifica tamanha falta de urbanidade para com seus colegas de
trabalho. A urbanidade, mais do que a boa
educação, é um dever de civilidade.
2. Quem escreveu a nota tenta amenizar
a postura do referido professor afirmando que ele apenas “opinou” sobre
“posturas políticas de DOCENTES do campus III”. Foi isso mesmo? Acusar
seus pares de “ingênuos”, “vendidos”, “covardes” e “traidores”,
simplesmente por não terem votado na candidata do hoje secretário de governo,
não pode ser considerado um fato normal, especialmente quando os envolvidos são
professores universitários. Isso não é ser “ofensivo”? Tal atitude, ao invés da
defesa, mereceria o repúdio por quem preza o debate de ideias e o convencimento
como instrumentos primordiais do fazer político;
3. Na nota, busca-se escudar as
agressões do professor-secretário sob o manto da “liberdade de expressão” e que
ele, ao escrever o que escreveu, estava apenas exercendo “o direito e o dever
de cidadania”. Mas, onde fica a tolerância e o
respeito às opiniões divergentes? Por acaso a agressão gratuita e o
autoritarismo podem ser encarada como expressão de ”liberdade” e “cidadania”? A
não que se acredite piamente na frase de Carlos Drummond de Andrade segundo a qual a “liberdade é defendida
com discursos e atacada com metralhadoras”.
4. Por fim, quando
a arrogância, a prepotência e o desrespeito do professor-secretário Alexandre Eduardo de Araújo são convertidos em “atos de coragem” começamos a dar
asas ao fascismo, aquele fascismo que, segundo Michel Foucault, habita “em todos nós, que assedia
nossas mentes e nossas condutas cotidianas, o fascismo que nos leva a amar o
poder, a desejar por este que nos submete e explora”.
Não
desconheço o dever de lealdade, amizade e admiração dos que assinaram a referida
nota para com o professor Alexandre, mas não custaria nada reconhecer que o mesmo
cometeu um erro. Ao invés da defesa a qualquer custo, sob argumentos que não se
sustentam nem nos fatos nem na justificativa, talvez o mais adequado fosse um
pedido de desculpas. Mas, nesse caso, generosidade política talvez seja pedir
demais.
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