A pesquisa Ipesp-Jornal da Paraíba divulgada hoje traz pelo menos
três injunções que exigem uma reflexão mais apurada sobre o desempenho dos três
principais candidatos.
A primeira diz respeito à estagnação de Daniela Ribeiro, que
mantém o mesmo patamar de intenções de votos (24%), variando acima ou abaixo
das margens de erro dos institutos, desde dezembro do ano passado, vide
pesquisa Datavox daquele mês. Daniela Ribeiro superou a marca do 20 pontos
percentuais, mas não conseguiu ir além e incorporar novo eleitorado ao seu
projeto.
Como eu escrevi em meu blog no início de abril, naquela ocasião
avaliando a pesquisa Consult: o
desafio de Daniela Ribeiro era não ser engolida pela polarização que a se consolida em Campina Grande a cada eleição entre o
grupo cassista e o grupo do prefeito Veneziano Vital. E esse pesadelo
parece que começa a persegui-la.
A segunda injunção é o crescimento de
Romero Rodrigues, que começa a ocupar o devido espaço que sempre está reservado
a qualquer candidato “cassista”. Entretanto, o crescimento de Rodrigues parece
ter mais a ver com essa condição do que com o impacto da comoção gerada com a recente
morte do ex-governador Ronaldo Cunha Lima, antecedida pela indicação de “Ronaldinho”
Cunha Lima a vice na chapa tucana em Campina. Diante de uma pesquisa realizada
ainda no calor desse acontecimento, não parece que esse dado emocional venha a
interferir com tanta força na decisão do eleitor campinense no futuro.
A terceira injunção é a manutenção da
tendência de lento, mas consistente crescimento das intenções de voto na
candidata Tatiana Medeiros, do PMDB. Ela partiu de módicos 4% em dezembro do
ano passado, e agora, a dois meses da eleição, atinge o respeitável patamar de
17%, o que a coloca definitivamente no páreo. Ao que parece, o que as pesquisas
tem mostrado em relação à candidatura de Tatiana Medeiros é que, quanto mais o
eleitor conhece a candidata e a identifica ao projeto de continuidade administrativa
do prefeito Veneziano Vital, mas ela se consolida como opção para o embate
contra o grupo Cunha Lima em Campina.
Enfim, a dois meses da eleição, e a 15 dias para o começo do
horário gratuito na TV quando a campanha entra em sua fase decisiva, a médica e
candidata do PMDB, Tatiana Medeiros, encosta nos principais rivais que desde o
ano passado mantem-se na frente e começa a mostrar potencial para entrar
definitivamente na briga por uma das vagas no segundo turno.
Enquanto Daniela Ribeiro está estagnada e com a candidatura
em crise, o cenário parece apontar hoje para a consolidação da polarização
entre a candidata do prefeito Veneziano Vital e o do Senador Cássio Cunha Lima,
na verdade, os dois principais protagonistas dessa disputa.
A questão é saber se a disputa em Campina comporta uma
terceira via, como Daniela Ribeiro se esforça por criar, ou se a campanha
fluirá normalmente para a consolidação da polarização que marcou as duas
últimas eleições na cidade. Se for isso mesmo, toda a engenharia política
montada pelo ministro Aguinaldo Ribeiro para impulsionar a candidatura da irmã,
que passou, inclusive, pela negociação do apoio de Paulo Maluf ao candidato do
PT em São Paulo, pode ir por água abaixo, o que colocará por tabela o PT
campinense em maus lençóis, fragilizado por uma dupla derrota, política e
moral.
Mas, essa novela tem os seus decisivos capítulos ainda por
vir. E eles, como toda boa novela, serão assistidos pela TV, quando o horário
gratuito começar. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos, então.
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