Polari, ao lado da vice-reitora, e sua candidata Lúcia Guerra: fim de um ciclo ma UFPB |
A realização do segundo turno na eleição de Reitor – desnecessária
,diga-se de passagem, já que basta dizer que ele acontece devido a anulação de
duas urnas que funcionaram no interior
da sala onde estava instalada própria Comissão Eleitoral, – vai servir como
uma espécie de tudo ou nada por parte dos apoiadores da candidata da situação, agora
tendo a frente o próprio Reitor, Rômulo Polari.
Polari abandonou o aparente distanciamento do processo e
anunciou engajamento total na campanha de Lúcia Guerra. Aparente porque o
reitor teve uma intensa participação nos “bastidores” dessa eleição no primeiro
turno, sendo ele o principal fiador, como não poderia deixar de ser, da candidatura
situacionista.
E esse fato parece ser mesmo incompreensível para o atual Reitor
da UFPB: como é possível uma candidata apoiada por uma administração que nos
últimos anos recebeu do MEC, através do Reuni. quase 200 milhões de reais para
investimentos e foi autorizada a contratar quase um terço do quadro atual de docentes
e funcionários da universidade, teve apenas pouco mais de 1/3 dos eleitores,
enquanto a principal candidata da oposição não venceu no primeiro turno por
conta de 0,35% dos votos?
O resultado foi uma surpresa? Claro que não, e a campanha, o
discurso, os apoios conquistados por Margareth Diniz podem mostrar isso.
Enquanto Polari, Lúcia Guerra e sua equipe imaginavam que o controle das ações
administrativas da UFPB era suficiente para dar continuidade a um projeto de
poder que já dura 20 anos, Margareth Diniz, Eduardo Rabenhorst e sua equipe produziram
um profundo diagnóstico da situação administrativa e acadêmica que vive a UFPB
hoje.
Foi esse diagnóstico que deu suporte a um ousado projeto
para a UFPB e a um discurso aglutinador e catalizador do apoio de pessoas das
mais variadas matizes, do PSTU, do PT, do PCdoB,
PSB, PMDB, e, mais importante do que qualquer coisa, de uma infinidade de
professores, funcionários e estudantes sem vinculação partidária. E foram essas
pessoas que formaram e continuam formando a base real da campanha de
Margareth Diniz.
Por isso, soou tão artificial a cantilena incessante de
Lúcia Guerra de que o “governo estadual” quer ter ingerência na UFPB através da
candidatura de Margareth Diniz. Um discurso sem base real porque a UFPB não depende
em nada do governo estadual.
A lógica dessa homilia cansativa, recheada de factoides para
tentar dar-lhe verossimilhança, é resultado de uma premissa: a de que, na UFPB,
quem domina a administração sempre vence e, portanto, só pode ser derrotada por
outra “máquina” mais poderosa. É como se a eleição fosse um detalhe incômodo e
os eleitores carneirinhos domados.
Não foi por acaso que um dos motes da campanha Lúcia Guerra foi
um desfilar de apoios de Diretores de Centro, boa parte deles, diga-se de
passagem, “biônicos”, ou seja, indicados pelo reitor, como a sugerir o poder
irresistível da força da administração.
É por isso que o aprofundamento do discurso da ingerência do
governador Ricardo Coutinho na UFPB no segundo turno não representa apenas o
repisar de um erro grosseiro de avaliação, porque aposta na incapacidade de
discernimento político da comunidade universitária, mas na dificuldade que tem
o reitor e sua equipe de reconhecer que o desgaste e o esgotamento de um modelo político
e administrativo é o principal responsável pelo fracasso eleitoral de sua candidata.
Rômulo Polari, assim como Lúcia Guerra, completarão 16 anos
à frente da administração da UFPB quando o atual reitorado se encerrar. Os dois
são remanescentes do mesmo grupo que elegeu Neroaldo Pontes reitor no longínquo
ano de 1992.
Por outro lado, expressa um esforço artificial de desprezo e
subestimação da liderança de Margareth Diniz na UFPB, para eles circunscrita à
área de Saúde. Margareth Diniz, administradora, professora e pesquisadora, exibiu
também uma habilidade política, uma capacidade de aglutinar forças e de gerar
consensos, que lhe permitiu produzir alianças e obter apoios que transformaram
sua candidatura num movimento avassalador de mudança na UFPB, cujo simplismo,
rancor e, às vezes, inveja, querem atribuir à “forças externas”.
Simplismo que também pretende transformar a disputa da UFPB numa
extensão do maniqueísmo que divide a política paraibana. Margareth Diniz,
contra todas a manipulações e casuísmos, venceu a eleição para Reitor. E
vencerá de novo porque esse é um sentimento irresistível que toma conta da
comunidade da UFPB.
Queira Polari ou não.
Queira Polari ou não.
Ambos os principais candidatos foram muito estrategistas. Porém, a Margareth Diniz foi, obviamente, a mais bem sucedida, pois com o embalo da maioria dos estudantes e demais funcionários da Instituição de uma mudança de conduta política-administrativa, nota-se claramente que os integrantes da UFPB exigem por melhorias em todas as àreas (isso não é novidade). Parabéns a Lúcia Guerra e seu apoiador Polari pelo esforço, mas um Enorme Parabéns à Margareth Diniz, pois ela sim soube cativar a todos os quais anseiavam/anseiam por uma candidata e candidatura motivadora, que leve a UFPB ao seu patamar natural, e que este só tende a crescer!
ResponderExcluirA.R.