Aproveito esse espaço para fazer um
alerta à sociedade paraibana: a UFPB foi transformada numa terra de ninguém,
onde as regras que regem as eleições para reitor são sistematicamente rasgadas.
Acompanho eleições para
reitor desde 1988, quando participei da Comissão Eleitoral daquela eleição como
presidente do DCE, ainda como estudante, e reafirmo que nunca presenciei nada
igual. Nenhuma Comissão Eleitoral foi tão parcial, permissiva com todo tipo de
descumprimento das normas eleitorais por parte da candidata apoiada pelo atual
reitor, e tão "rigorosa" quando se trata de qualquer ação da
oposição.
É proibido distribuir
camisas e brindes? Os apoiadores de Lúcia Guerra fazem isso e nada acontece. Vejam abaixo.
Ônibus da própria UFPB podem ser usados para transportar apoiadores de candidaturas? Se forem da candidata apoiada apelo reitor, pode. Vejam abaixo:
Entretanto, quando se
trata de Margareth Diniz o rigor aparece. Aqui se aplica muito bem aquele
postulado: “Aos amigos tudo, aos inimigos a lei”.
Vejam o exemplo do último debate, que foi encerrado pelo presidente da referida comissão porque ele determinou a retirada de cartazes que estudantes levaram para protestar contra uma outra decisão casuística da mesma comissão: a de centralizar as urnas em um único espaço da UFPB.
Ônibus da UFPB transportando apoiadores da candidata do reitor. Tudo pode? |
A página oficial do CCEN,
centro que é dirigido pelo candidato a vice-reitor, é usada para divulgar a
candidatura oficial, e nenhuma providencia é tomada. Vejam a prova abaixo:
Print da página oficial do CCEN: propaganda para a candidata do reitor |
Vejam o exemplo do último debate, que foi encerrado pelo presidente da referida comissão porque ele determinou a retirada de cartazes que estudantes levaram para protestar contra uma outra decisão casuística da mesma comissão: a de centralizar as urnas em um único espaço da UFPB.
Não custa nada lembrar
que a Constituição Federal assegura a livre manifestação. Parecia mais uma
provocação do referido professor para encerrar o debate e responsabilizar os
apoiadores de Margareth Diniz de “baderna”, como aliás tentaram fazer durante todo
o dia que se seguiu ao debate.
Por outro lado, no mesmo
debate, a Comissão Eleitoral sequer fez menção à cor do tecido que cobria a
mesa na qual seria realizado esse debate: um azul bem ao gosto da candidata apoiada
pelo atual reitor. É como se dissessem: a UFPB tem dono! E o presidente da
Comissão Eleitoral só teve olhos para os cartazes de protesto...
À esquerda, a cor neutra da mesa do primeiro debate; à direita, em azul, do último. A UFPB tem dono? |
Não custa lembrar que o protesto dos
estudantes era mais que legítimo, pois a decisão de concentrar todas as urnas da eleição de Reitor criará desnecessariamente OBSTÁCULOS À VOTAÇÃO porque exigirá um
deslocamento massivo da Comunidade Universitária.
Além
disso, essa decisão É ARBITRÁRIA
porque foi tomada sem as necessárias consultas às representações da Comunidade
Universitária e sem levar em consideração o que diz a própria Resolução Nº 01/2012, do Consuni, que
regulamenta o atual processo eleitoral, que, no artigo 33, diz expressamente que o “processo
de Pesquisa Eleitoral será descentralizado,
cabendo à Comissão Especial, por
intermédio das Comissões Setoriais, determinar os locais onde serão
instaladas as urnas eletrônicas”. Essas comissões setoriais foram consultadas?
NÃO!
Na mesma Resolução, agora no artigo 35, é determinado expressamente que as urnas serão
“distribuídas
em função do respectivo número de votantes e da dispersão geográfica, em todos os campi da UFPB”, não cabendo,
portanto, nenhum tipo de “interpretação” sobre a resolução, que é muito
clara quando se refere à maneira como as urnas serão distribuídas.
A HISTÓRIA E AS TRADIÇÕES DEMOCRÁTICAS das
eleições na UFPB confirmam isso. Por fim, trata-se de um CASUÍSMO, um GOLPE, não na candidatura de Maragareth Diniz, mas nas tradições democráticas de nossa universidade, pois ela muda as regras previamente
estabelecidas pelo CONSUNI, mudança que acontece às vésperas da eleição para
que se efetive como um fato consumado.
Peço
respeito às normas eleitorais, que é um princípio fundamental da democracia e
da equidade política e jurídica entre os cidadãos. Se a comunidade da UFPB e a
sociedade paraibana permitirem que tudo fique ao sabor das conveniências de cada
pessoa ou grupo toda a luta das gerações passadas por democracia estará
perdida.
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