Eu poderia começar esboçando uma justificativa fazendo menção
aos motivos pelos quais não voto nos outros candidatos a prefeito de João Pessoa.
Mas, não, não vou fazer isso. Eu perderia muito tempo e sobraria menos espaço
para tratar de expor as razões que me levaram a optar pela candidatura José
Maranhão nessa eleição de 2012.
José Maranhão é o
candidato mais consistente. A consistência de um político deve ser buscada não apenas nos
seus discursos ou nas suas propostas. Mais do que isso, esse atributo deve ser
medido pelas suas ideias mais gerais a respeito da Paraíba e do Brasil. É isso que
orienta – ou deveria orientar – a prática política.
Nesse sentido, José Maranhão, com erros e acertos, foi capaz
de expressar isso em suas administrações, por exemplo, no governo do estado.
Para não me alongar muito, eu cito apenas um exemplo. A visão estratégica no
enfrentamento da problemática da água para consumo humano e para as atividades
econômicas.
Alguém tem dúvida que, afora as questões de ordem estruturais
(econômica e social), esse vem a ser o grande e principal dilema da Paraíba? Com
o adensamento populacional crescente nos centos urbanos e uma agricultura frágil
para cumprir o seu papel econômico e social, o problema não apenas da ampliação
da capacidade de acumular água em açudes e barragens, mas também da ampliação
do acesso através da distribuição, tornam-se questões estratégicas.
Por isso, uma das ações estruturantes de maior relevância dos
governos de José Maranhão vem a ser o que ele chamou de “Plano das águas”, um
grande projeto de construção de novos reservatórios, associado à construção de adutoras
para distribuir a água acumulada para regiões com déficit hídrico. Esse grande
projeto promoveu grandes impactos na melhoria das condições de vida e de
desenvolvimento econômico da Paraíba.
Vejam o caso de Patos, uma cidade com mais de 100 mil
habitantes, incrustada em pleno semiárido paraibano. Enquanto as águas do açude
de Coremas escorriam para o Rio Grande do Norte ou se perdiam pela evaporação, Patos
padecia ano após ano em racionamentos de água cada vez mais prolongados. Foi a
construção da adutora Patos-Coremas que salvou a capital do Sertão, literalmente,
viabilizando tanto água para o consumo humano quanto para atividades
econômicas.
E tantos outros exemplos de barragens e adutoras espalhadas
por todo o estado e cujo impacto socioeconômico só será medido com exatidão no
futuro, a exemplo de outra “transposição” de águas para irrigar as várzeas de
Sousa, o chamado Canal da Redenção, um canal adutor de 37 Km, com túneis,
sifões e galeria que visavam irrigar mais de 5.000 ha, o que poderia ter
tornado aquela região num polo de fruticultura irrigada. Interrompido no
governo de Cássio Cunha Lima, que o desfigurou por completo, não apenas ao impedir
sua continuidade, como ao alterar substancialmente a lógica econômica do
projeto, transferindo lotes de terra para grandes proprietários, especialmente
grandes empresários do ramo da fruticultura, ao invés de priorizar os pequenos
produtores.
Esse exemplo mostra tanto a visão “desenvolvimentista” que
José Maranhão sempre tentou empreender em seus governos, como mostram – apesar de
muitos acharem, erroneamente, que não existem – diferenças fundamentais entre dois
importante políticos paraibanos, um deles aliado do atual governador, cuja
consistência de ideias não resistiu a três meses de governo.
Num ambiente político marcado pelo excesso de pragmatismo e
de desprezo pelo debate de ideias, onde o que menos importa são as alianças
políticas – quem pode afirmar com convicção que o que o candidato do PT diz
hoje sobre Ricardo Coutinho será mantido daqui a um ano? – José Maranhão tem a
sua trajetória para demonstrar sua consistência como político e como pessoa. E
isso, para mim, é um traço fundamental para minha escolha.
Depois eu volto para tratar da história e da trajetória de
José Maranhão.
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