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O que aconteceu hoje em Fortaleza tem uma relevância futura
imensurável para o Brasil na sua relação com os EUA e a Europa, a quem sempre
abanamos o rabo em busca de aprovação e consentimento para tudo que fazíamos.
Desde Lula, o Brasil apostou nos BRICS, apostou em relações
econômicas com o Hemisfério Sul, com a América Latina e com a África,
estabelecendo laços econômicos e políticos que ampliaram a influência
brasileira no mundo.
Hoje, demos um grande passo para consolidar essa aliança
estratégica entre quatro potências emergentes. Primeiro, criamos o Banco dos
BRICS, com uma capital inicial de 100 bilhões de dólares, cujo principal
destino é apoiar as economias dos países membros das intempéries do mercado
financeiro e dos seus ataques especulativos.
Parte desses recursos será destinada ao financiamento de
investimentos em infraestrutura (INFRAESTRUTURA), o que mostra o novo perfil
dessa aliança estratégica voltada para o apoio à superação dos gargalos e
limitações de cada economia - uma dica: pesquisem para ver o que financia o
Banco Mundial em países como o nosso e as exigências que ele faz para conceder
esses empréstimos.
A aliança se estende para o comércio entre os membros,
quando nas importações serão pagas em moeda do país comprador, o que é uma
revolução em termos de padrão monetário, de conversibilidade de moedas, uma
experiência que, pelo menos nas transações entre os BRICS, representará o
início do fim da dependência em relação ao dólar e ao Euro. Nunca é demais lembrar que o PIB somado dos
BRICS ultrapassa os 20 trilhões de dólares. E a projeção é de que, daqui a 15
anos, das sete maiores economias do mundo, quatro pertencerão ao bloco -China (1º),
Índia (3º), Brasil (4º) e Rússia (6º).
E é bom lembrar que os BRICS são muito mais que um arranjo
comercial entre economias de peso similar. Os cinco países que hoje compõem os
BRICS representam mais do que a força demográfica, e de mercado interno,
portanto, que chegam sozinhos a quase 3 bilhões de pessoas, o que representa
mais de 40% de toda a população mundial.
Os BRICS são também uma força militar. Dos cinco membros,
três dispõem de bombas nucleares - uma das tristes exceções é o Brasil, em
razão da subserviente assinatura de FHC no tratado de não proliferação de armas
atômicas. Mas, especialmente China e Rússia, além de contrabalançarem a força
militar dos EUA, representam a possibilidade de parcerias estratégicas em transferência
de tecnologia na área militar, algo que já está em andamento com a aquisição de
caças da Suécia.
Os BRICS dispõem de imensas reservas minerais e de energia
em seus amplos territórios. Dos sete maiores países em extensão territorial,
quatros (Rússia, China, Brasil e Índia) pertencem ao bloco, e podem estabelecer
relações de complementariedade.
Enfim, os BRICS podem ser o grande acontecimento geopolítico
do século XXI.
PS. E o PT da Paraíba está preocupado com isso? Pelo jeito, continua perdido dentro do imenso umbigo de
Luciano Cartaxo.
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