Nomes imbatíveis para o Senado? |
A vitória de Charlinton Machado nas eleições internas do PT,
deixou claro pelo menos duas coisas a respeito da linha política que o partido
deve assumir em 2014.
A primeira, é que foi afastada qualquer hipótese de apoio à
reeleição do governador Ricardo Coutinho, hipótese que já era bastante
improvável depois do lançamento da candidatura de Eduardo Campos à Presidência.
A segunda, a ideia de lançar um nome forte do partido para o
Senado, parece amadurecer com rapidez, situação que era pouco discutida, pelo
menos publicamente, antes da realização do PED.
E por que não para governador? A resposta óbvia decorre de
uma constatação também óbvia: por enquanto, o PT não dispõe de nomes para
enfrentar essa disputa com condições de vitória, e passou o tempo em que o
partido de Lula lançava candidatos apenas para marcar posição.
Nacionalmente, o PT tem uma aliança para cuidar, uma eleição
para vencer e uma hegemonia política a ser mantida. Na Paraíba, tem o prestígio
político a zelar depois que venceu as eleições em João Pessoa, no ano passado.
A maior liderança do PT, hoje, está em gestação e depende dos
resultados do trabalho que realiza à frente da Prefeitura de João Pessoa para
se credenciar para voos mais altos. Luciano Cartaxo se prepara apenas para ser um
poderoso eleitor em 2014.
Além disso, a direção nacional do PT trabalha desde 2010
para ampliar sua força no Senado, cujo tamanho da bancada é, depois de 11 anos
no poder, uma espécie de Calcanhar de Aquiles
do partido na relação com as outras forças políticas. Eleger senadores será,
mais do que antes, uma das prioridades petistas em 2014.
Por isso, o PT não deve reivindicar a vaga de governador. E,
para o Senado, Lucélio Cartaxo, o atual superintendente da CBTU, parece ser o
nome que reúne as melhores condições de unir o PT e projetar o partido para uma
disputa em condições de vitória, num quadro político que se apresenta muito
favorável.
Os grandes nomes da política paraibana não disputarão essa única
vaga para o Senado: Cássio, Veneziano, Ricardo Coutinho, Vital do Rego Filho e
José Maranhão estão, por razões diversas, fora do páreo: Cásio e Vital, por já
serem senador, Veneziano e RC, por postularem o governo, e Maranhão, para
facilitar as composições para a chapa majoritária do PMDB.
Restam Cícero Lucena ou Ruy Carneiro, pelo PSDB, Rômulo
Gouveia, pelo PSD, Wilson Santiago, pelo PTB, e Wellington Roberto, pelo PR.
Desses, dependendo das chapas majoritárias, no máximo dois se lançarão.
Observando esses nomes, torna-se imperioso constatar que hoje
a disputa para o Senado está aberto, já que, diferentemente de eleições
senatoriais do passado, não haverá favoritos. Há um imenso vácuo político a ser
preenchido. E pode ser que essa situação não se repita no futuro.
Em julho, numa das colunas que escrevi para o Jornal da
Paraíba, em substituição provisória a Rubens Nóbrega (“Senado: o cavalo selado”
clique aqui para ler), tratei
pela primeira vez dessa questão dessa maneira:
“(...)
Lucélio carrega um atributo muito valorizado, hoje, nos políticos: a juventude,
fato que ajudou muito na vitória do outro Cartaxo na eleição para prefeito de
João Pessoa.
Lucélio
Cartaxo, que ensaia hoje uma candidatura a deputado federal, talvez não tenha
percebido o vácuo eleitoral que representará, em 2014, a ausência de candidatos
que sejam capazes de preencher essa imensa sensação de rejeição a tudo que
lembre a velha política, que esperneia a todo custo para se manter viva. Cícero
Lucena, Rômulo Gouveia, Wilson Santiago, Aguinaldo Ribeiro, potenciais
candidatos ao Senado, são reminiscências desse passado que o povo furioso nas
ruas quis, e continua querendo, superar.”
Enfim, Lucélio Cartaxo talvez seja o único candidato hoje
capaz de se apresentar e falar a esse eleitorado desejoso de mudança e de novas
lideranças. E esse eleitorado, mais do que a juventude de um rosto, precisa de
um discurso, de um projeto que expresse esse desejo de mudança na política,
fenômeno que já observamos com toda força acontecer em 2010.
“Ousar lutar, ousar vencer”, repetiria Mao Tsé-Tung ao PT
paraibano, hoje. E, pensando bem, não foi exatamente essa ousadia que levou
Luciano Cartaxo à Prefeitura de João Pessoa?
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