RC na última cena de um filme que começou lá atrás |
Vejam como são as coisas: durante os oito anos em
que Ricardo Coutinho foi Prefeito de João Pessoa, o Botafogo viveu um dos
piores momentos de sua história, tendo ficado dez anos sem ser campeão
paraibano.
O último título foi exatamente o de 2003, um ano
antes do início da gestão de RC na Prefeitura. Nesse mesmo ano, o Botafogo
quase se classifica para a série B, quando disputou o campeonato e conquistou
um honroso 3º lugar (à época, só se classificavam dois clubes).
Pois bem. 10 anos depois do último título paraibano
e da última grande campanha nacional do Botafogo, enxerguei incrédulo, ontem,
da arquibancada do Almeidão, o Governador Ricardo Coutinho
"homenageando" o Belo ao entregar ao capitão do time o troféu de
Campeão da Série D, tentando a todo custo roubar a cena e o lugar que,
por justiça, era devido ao Prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo.
É bom que se registre que RC, devidamente
paramentado com a camisa do Botafogo, estava lá apenas para pousar para
as flashs de jornais e para as câmeras de TVs, já que, em
nenhum momento, o nome do governador citado pelo tagarela locutor do governo do
estado que monopolizava o serviço de som.
A razão para esse "esquecimento" não é
difícil de entender. O governador provavelmente receava a maior vaia que
levaria em sua vida, uma vaia de mais de 30 mil torcedores (anunciaram 20 mil,
mas eu não creio que o Almeidão tenha encolhido, pois não havia lugar para mais
ninguém no estádio).
Nelson Lira: amor instantâneo por RC |
Já Luciano Cartaxo caminhava na arquibancada em
meio à torcida, o que ele repetiu em todos os jogos do Botafogo na Série D,
inclusive no decisivo, contra o Tiradentes, em Fortaleza, que classificou o
Belo para a Série C e ratificou essa nova fase do time da maior torcida da
Paraíba, assegurando não apenas um novo estágio na ascensão do Botafogo, como
um calendário para todo o ano de 2014 - algo que depreciava o clube e humilhava
sua torcida.
E vem a inevitável pergunta: esse ano maravilhoso
para o Botafogo foi fruto do acaso? Nasceu da vontade e empenho da diretoria do
Botafogo, enredada até então em suas eternas disputas internas? Qual
acontecimento foi decisivo para que o destino do Botafogo, marcado por 10 anos
seguidos de humilhações, fosse alterado da maneira que só a felicidade dos mais
de 30 mil torcedores que foram ontem ao Almeidão pode testemunhar?
Enfim, não fosse o apoio da PMJP ao time pessoense,
que deu suporte para um projeto de Botafogo à altura do tamanho de sua torcida,
de suas tradições e da cidade que o abraça numa quase unanimidade, teria a
diretoria do Botafogo apresentado condições para um voo tão alto, que o projeta
hoje para alcançar uma distância que só as pretensões de um torcida campeã é capaz
de medir hoje?
Não tivesse o Prefeito Luciano Cartaxo vestido a
camisa do futebol de João Pessoa, em todas as suas cores, para, no fim,
predominar o preto e branco do Botafogo, e do vermelho de sua estrela – nesse
feliz encontro de simbologia inquestionável, – o Belo chegaria ao lugar onde
hoje se encontra, que nem o mais fanáticos dos seus torcedores sonhavam no
início de 2013?
Por isso, a verdadeira aparição do governador
Ricardo Coutinho, na última cena dessa verdadeira epopeia futebolística que foi
a conquista do Campeonato Brasileiro da Série D – que começou lá atrás, com a
conquista do Campeonato paraibano –, não pode ser chamada por outra coisa que
não esta: oportunismo.
Pior é Nelson Lira que fica feito uma perua doida sem saber o que quer, pra mim, Ele foi covarde com o Prefeito.
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