Eram duas as dúvidas mais importantes que eu tinha no início
dessa campanha na Paraíba, expostas especialmente em várias participações que
fiz em programas de rádio:
1) se Cássio conseguiria superar a faixa dos 50%,
que limitou seu crescimento nas duas disputas que disputou, em 2002 e 2006, levando-o
a vitória por margens mínimas – fato que nunca o tornou imbatível;
2)
se RC conseguiria incorporar essa banda do
eleitorado que vota no PMDB, pelo menos, desde 2002, e viabilizar-se na
disputa.
A duas semanas da eleição, tudo indica que a velha divisão
no eleitorado que marcou a Paraíba nas três últimas eleições está prestes a se
repetir.
A mais de dois meses estacionado entre os 44%-47%, Cássio não
conseguiu abrir uma vantagem que lhe desse a segurança de que não seria
alcançado até o dia da eleição e venceria no primeiro turno.
Por outro lado, a julgar pelos resultados das últimas pesquisas,
quando o eleitorado começa realmente a se definir, que mostram crescimento consistente
da candidatura de Ricardo Coutinho e apontam para uma irredutível queda da
diferença entre os dois principais candidatos e a realização do segundo turno.
A fortalecer essa possibilidade existe a candidatura de
Vital do Rego Filho, do PMDB, atualmente ostentando números próximos dos 5%, o
que significa algo próximo dos 8% dos votos válidos.
Ora, se nas últimas eleições os candidatos do PSOL, com uma
votação de 0,66% e 1,21% (veja quadro abaixo), levaram a eleição para o segundo
turno, agora em 2014, com Vilta do Rego com possibilidade de pontuar 8% dos
votos válidos, é quase certa a realização do segundo turno, a ser mantido o crescimento
de RC e as perdas de Cássio, que o empurram para o patamar de votação histórico
de 47%-49% de votos válidos no primeiro turno.
2010
|
RC
49,74%
|
Maranhão
49,3%
|
Nelson Junior 0,66%
|
2006
|
Cássio
49,67% |
Maranhão
48,74%
|
Davi Lobão
1,21% |
2002
|
Cassio
47,2% |
Roberto Paulino 39,98%
|
Avenzoar
12,57% |
Enfim, o que não faltará é emoção nessas eleições da
Paraíba. E, mesmo com o segundo turno, os ricardistas vão ter de ralar muito
para ganhar a eleição, especialmente se tivermos Dilma e Marina no segundo turno
da disputa presidencial.
Depois eu volto para analisar a disputa para o Senado e os cenários para o segundo turno paraibano.
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