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Ronaldo Barbosa sua para explicar as contradições do PSB |
Nas várias entrevistas que concedeu a rádios na semana
passada, a pretexto de divulgar evento sobre atuação nas redes sociais promovido
pelo PSB, o presidente do partido em João Pessoa, Ronaldo Barbosa, deixou mais
dúvidas do que certezas em relação a qual é mesmo o projeto socialista para a
capital paraibana em 2016.
Apesar de todos os indícios de que o partido de Ricardo
Coutinho pretende lançar candidatura própria no próximo ano em João Pessoa,
Barbosa não contribuiu para clarear qual é mesmo a intenção da direção
partidária.
Sem confirmar a candidatura e reafirmar o óbvio (“o PSB tem
nomes para disputar a PMJP”), a informação mais relevante no périplo
radiofônico de Barbosa foi a de que qualquer coisa pode acontecer até a
conclusão das convenções partidárias no próximo ano: do lançamento de
candidatura a apoio à reeleição de Luciano Cartaxo, tudo pode acontecer em
relação ao PSB.
Confusão proposital? A posição de Ronaldo Barbosa parece
demonstrar que não.
O problema talvez não esteja na posição individual do
presidente do PSB, que talvez expresse a falta de unidade do partido e confusão
política que toma conta da cabeça dos socialistas em razão da ausência de uma
diretiva mais clara por parte de sua maior liderança e maior eleitor em João Pessoa, que é Ricardo Coutinho.
Como o governador tem enviado claríssimos recados sobre sua intenção
de lançar candidato na capital, mas ainda não deixou claro que é isso mesmo que
pretende fazer, o PSB parece ser hoje um dos poucos partidos que importam no
jogo político da Paraíba a não ter uma clara posição sobre como vai agir em
2016.
Ora, como exigir “reciprocidade” do PMDB pelo apoio que o
PSB pretende dar a Veneziano Vital em Campina? Reciprocidade a que posição, se os
socialistas ainda não sabem com certeza se pretendem lançar candidato/as em
João Pessoa?
Essa dubiedade em relação à posição do PSB em João Pessoa quando
o assunto são as eleições de 2016 pode ser medida pela postura da dupla de vereadores
que o PSB tem na Câmara de João Pessoa: enquanto Zezinho do Botafogo apoia a
administração petista, Renato Martins é um dos mais destacados oposicionistas.
Até quando isso vai persistir? Até às vésperas das convenções do próximo ano? Isso nem de longe é exemplo de “nova política”.
Até quando isso vai persistir? Até às vésperas das convenções do próximo ano? Isso nem de longe é exemplo de “nova política”.
“Aliança
eleitoral”
Voltando a Ronaldo Barbosa, o dirigente socialista foi
devidamente emparedado quando participou do programa Correio Debate, na última
quinta.
Acossado pelos entrevistadores do Correio Debate,
especialmente Fabiano Gomes e Wellington Farias, Barbosa saiu pela tangente quando
questionado sobre se a aliança PSB-PT seria ou não mantida.
Barbosa tergiversou, deixando claro que ainda é muito cedo para antecipar posições.
Barbosa tergiversou, deixando claro que ainda é muito cedo para antecipar posições.
E citou o exemplo de 2014, quando o PT resolveu de última
hora apoiar a reeleição do governador Ricardo Coutinho.
Para a surpresa geral, Ronaldo Barbosa disse que aquela aliança foi apenas “eleitoral”, o que no jargão da esquerda quer dizer que foi uma aliança não programática, em suma, de ocasião, exclusivamente montada para atingir os objetivos comuns tanto de PT como de PSB.
Para a surpresa geral, Ronaldo Barbosa disse que aquela aliança foi apenas “eleitoral”, o que no jargão da esquerda quer dizer que foi uma aliança não programática, em suma, de ocasião, exclusivamente montada para atingir os objetivos comuns tanto de PT como de PSB.
Toda aliança entre partidos para disputar eleições pretende-se
que seja programática. Eu pelo menos espero que assim seja. E cada partido tem
seus objetivos próprios, que muitas vezes confrontam com objetivos estratégicos
de um aliado. Assim é a política.
No caso da eleição de João Pessoa, o projeto do PSB de
disputar sua prefeitura é mais do que legítimo considerando ser ela a mais
importante da Paraíba e locus onde nasceu
e se irradiou a força política que governa hoje o estado.
Vencer em 2016 em João Pessoa é central para a estratégia do
PSB por várias razões, algumas das quais ainda serão analisadas aqui. Além do
que as críticas administrativas à gestão petista, a qual o PSB não ajudou a
eleger e da qual formalmente o PSB não participa, são pontos de grande
relevância a justificar a não manutenção da aliança.
E a questão nacional tende a afastar PT e PSB – só é preciso
agora observar se o PSB da Paraíba pretende contribuir para uma crítica “pela
esquerda” ao PT ou se vai chancelar o programa adotado por Eduardo Campos, e
depois por Marina Silva, em 2014.
Enfim, o problema do PSB parece ser o timing para anunciar o rompimento com o PT.
A questão é que quanto mais os dirigentes do PSB tentam
encontrar justificativas para as contradições de sua política, mais eles deixam
margens para questionamentos e abrem flancos para serem explorados.
Notem também que o PT permanece calado sobre essa questão,
mesmo que deixando passar oportunidades para também responder às estocadas no
PSB, e não apenas no campo da política.
Esse melhor momento para o anúncio pode ter passado e quanto
mais tempo leve para ser feito mais prejuízos políticos podem causar.
E a perda do apoio do PMDB é um exemplo disso – ninguém no
PSB percebeu que Maranhão precisava ter participado desse jogo? Que Gervásio e
Veneziano sozinhos não comandam o PMDB, especialmente em João Pessoa?
E Luciano Cartaxo continua a ganhar tempo político e,
portanto, administrativo.
Na próxima postagem eu tratarei do projeto de Luciano
Cartaxo.