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Cartaxo vai para a disputa contra o PSB. Sentado na cadeira de prefeito. |
Há uma visível euforia no eleitor ricardista. Ela se deve ao
presumível rompimento da aliança com o PT e ao consequente lançamento de
candidatura do PSB à prefeitura de João Pessoa no próximo ano.
E nada melhor que a inauguração de grandes e importantes obras
de concreto armado para despertar e manter levantado o ânimo dessa militância
que se prepara para mais uma batalha.
Mas, é bom que os socialistas evitem cometer os mesmos erros
que levaram adversários de Ricardo Coutinho à derrota, tanto em 2010 quanto em
2014: a soberba, o “salto alto”.
No ano passado, os cassistas riam das chances de reeleição
de RC da mesma maneira que muitos ricardistas , hoje, embevecidos pelo bom
momento político e administrativo de Ricardo Coutinho, ensaiam assumir essa
postura.
Em razão disso, não custa nada lembrar duas coisas: 1) quem
enfrentará Luciano Cartaxo será provavelmente João Azevedo, e não Ricardo
Coutinho; 2) será a gestão de Luciano Cartaxo que estará em julgamento no
próximo ano, e, novamente, não a de Ricardo Coutinho.
Da mesma maneira que o eleitor, para o bem e para o mal,
separa a administração municipal da federal, também separa da estadual. Eleição
não é uma disputa entre esferas de poder e cada uma tem sua própria dinâmica.
E são vários os casos em que governadores muito bem
avaliados foram derrotados em suas respectivas capitais.
O contrário também é verdadeiro. Em 2012, por exemplo, o PT
administrava duas grandes capitais nordestinas (Recife e Fortaleza) e foi
derrotado por candidatos apoiados por governadores, coincidentemente também do
PSB (Eduardo Campos e Cid Gomes, este último à época no partido).
Ali, nós tivemos a conjunção de gestões municipais com
problemas de avaliação e que tinham como contraponto candidatos apoiados por
gestões estaduais muito bem avaliadas.
E é essa a grande questão: o que Luciano Cartaxo terá a
mostrar para o eleitorado em termos de realizações de sua gestão? Ele
conseguirá convencer que João Pessoa continuou avançando ou prevalecerá a ideia
de que a capital retroagiu? Que seu trabalho merece ser aprofundado ou não?
A estratégia de Cartaxo parece ser a de tentar dar à sua
administração um perfil mais voltado à periferia e com a população mais pobre: construção
de casas populares, creches, postos de saúde.
Já imaginaram o peso dessas imagens no guia eleitoral? Os
depoimentos que podem render?
Sem esquecer as grandes obras, como a reurbanização da Lagoa,
que deve ser o grande marco da gestão a ser entregue às véspera da eleição.
Além da obra da Beira-Rio, que impedirá os alagamentos frequentes
durante a época de chuvas e consolidará o trabalho que que visa acabar com os
engarrafamentos naquela área, especialmente com a duplicação da avenida que dá
acesso ao Altiplano.
Do ponto de vista político, a consolidação da candidatura de
Manoel Jr tende a ser benéfica a Cartaxo, exatamente porque tem Cássio e
Maranhão como seus principais fiadores – talvez só seja possível entender essa
aproximação entre os dois observando os arranjos promovidos lá por cima, em
Brasília.
Tem a ver com 2018? O tempo dirá.
Mesmo sem claras divergências com Luciano Cartaxo, o certo é
que Manoel Jr. não pretende reforçar o projeto do governador em João Pessoa,
especialmente se tiver Cássio como um dos seus principais “conselheiros”.
E nesse quadro, Cartaxo pode ter um alento no segundo turno
se enfrentar o candidato do PSB, já que antes tudo parecia indicar uma perigosa
situação de isolamento para o petista.
E se Cartaxo fizer um esforço para atrair Maranhão...
Enfim, como disse o próprio governador durante essa semana,
muita água ainda vai rolar por baixo dessa ponte.
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