domingo, 13 de maio de 2012

O AZUL DA VERGONHA ou A UFPB TEM DONO?


Aproveito esse espaço para fazer um alerta à sociedade paraibana: a UFPB foi transformada numa terra de ninguém, onde as regras que regem as eleições para reitor são sistematicamente rasgadas. 

Acompanho eleições para reitor desde 1988, quando participei da Comissão Eleitoral daquela eleição como presidente do DCE, ainda como estudante, e reafirmo que nunca presenciei nada igual. Nenhuma Comissão Eleitoral foi tão parcial, permissiva com todo tipo de descumprimento das normas eleitorais por parte da candidata apoiada pelo atual reitor, e tão "rigorosa" quando se trata de qualquer ação da oposição.

É proibido distribuir camisas e brindes? Os apoiadores de Lúcia Guerra fazem isso e nada acontece. Vejam abaixo.

Camisas, ponpons, chapéus, bolas. Tudo que o regimento eleitoral proíbe, a candidata do reitor fez

Ônibus da própria UFPB podem ser usados para transportar apoiadores de candidaturas? Se forem da candidata apoiada apelo reitor, pode. Vejam abaixo:

Ônibus da UFPB transportando apoiadores da candidata do reitor. Tudo pode?

A página oficial do CCEN, centro que é dirigido pelo candidato a vice-reitor, é usada para divulgar a candidatura oficial, e nenhuma providencia é tomada. Vejam a prova abaixo:

Print da página oficial do CCEN: propaganda  para a candidata do reitor
Entretanto, quando se trata de Margareth Diniz o rigor aparece. Aqui se aplica muito bem aquele postulado: “Aos amigos tudo, aos inimigos a lei”.

Vejam o exemplo do último debate, que foi encerrado pelo presidente da referida comissão porque ele determinou a retirada de cartazes que estudantes levaram para protestar contra uma outra decisão casuística da mesma comissão: a de centralizar as urnas em um único espaço da UFPB.

Não custa nada lembrar que a Constituição Federal assegura a livre manifestação. Parecia mais uma provocação do referido professor para encerrar o debate e responsabilizar os apoiadores de Margareth Diniz de “baderna”, como aliás tentaram fazer durante todo o dia que se seguiu ao debate.

Por outro lado, no mesmo debate, a Comissão Eleitoral sequer fez menção à cor do tecido que cobria a mesa na qual seria realizado esse debate: um azul bem ao gosto da candidata apoiada pelo atual reitor. É como se dissessem: a UFPB tem dono! E o presidente da Comissão Eleitoral só teve olhos para os cartazes de protesto...

À esquerda, a cor neutra da mesa do primeiro debate; à direita, em azul, do último. A UFPB tem dono?


Não custa lembrar que o protesto dos estudantes era mais que legítimo, pois a decisão de concentrar todas as urnas da eleição de Reitor criará desnecessariamente OBSTÁCULOS À VOTAÇÃO porque exigirá um deslocamento massivo da Comunidade Universitária.

Além disso, essa decisão É ARBITRÁRIA porque foi tomada sem as necessárias consultas às representações da Comunidade Universitária e sem levar em consideração o que diz a própria Resolução Nº 01/2012, do Consuni, que regulamenta o atual processo eleitoral, que, no artigo 33, diz expressamente que o processo de Pesquisa Eleitoral será descentralizado, cabendo à Comissão Especial, por intermédio das Comissões Setoriais, determinar os locais onde serão instaladas as urnas eletrônicas”. Essas comissões setoriais foram consultadas? NÃO!

Na mesma Resolução, agora no artigo 35, é determinado expressamente que as urnas serão “distribuídas em função do respectivo número de votantes e da dispersão geográfica, em todos os campi da UFPB”, não cabendo, portanto, nenhum tipo de “interpretação” sobre a resolução, que é muito clara quando se refere à maneira como as urnas serão distribuídas. 

A HISTÓRIA E AS TRADIÇÕES DEMOCRÁTICAS das eleições na UFPB confirmam isso. Por fim, trata-se de um CASUÍSMO, um GOLPE, não na candidatura de Maragareth Diniz, mas nas tradições democráticas de nossa universidade, pois ela muda as regras previamente estabelecidas pelo CONSUNI, mudança que acontece às vésperas da eleição para que se efetive como um fato consumado. 

Peço respeito às normas eleitorais, que é um princípio fundamental da democracia e da equidade política e jurídica entre os cidadãos. Se a comunidade da UFPB e a sociedade paraibana permitirem que tudo fique ao sabor das conveniências de cada pessoa ou grupo toda a luta das gerações passadas por democracia estará perdida.

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