sexta-feira, 12 de maio de 2023

APOIO A CÍCERO: Jackson Macedo é criticado na Paraíba pelos mesmos petistas que defendem as alianças de Lula

Uma das primeiras nomeações feitas por Lula na Paraíba, depois de assumir a Presidência, foi a do superintendente dos Correios, Jackson Silva, por indicação do senador Efraim Filho, do União Brasil. Ambos, como é do conhecimento até das piscinas naturais de Areia Vermelha, votaram e fizeram campanha para Jair Bolsonaro. Bolsonaristas mais ideológicos, como o ex prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, tiveram seu naco de poder no governo petista.

Em minoria no Congresso, essas atitudes podem até ter criado insatisfações em setores do eleitorado de Lula, mas nenhum desses eleitores pode afirmar que foi surpreendido. Desde antes de lançar sua candidatura, o atual presidente defendeu a formação de uma frente ampla, a começar pela indicação do candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin, antigo adversário do PT. Lula continuou fazendo acenos ao centro e à direita. Na Paraíba, Lula e o PT apoiaram a candidatura do emedebista Veneziano Vital, com quem Ricardo Coutinho dividiu o palanque ao lado de Maísa Cartaxo.

Sobretudo no segundo turno, Lula deu ao seu palanque a amplitude que, nem de perto, antecipava o que seria o perfil do seu governo e das alianças que Lula se obrigaria a fazer em razão da situação que passou a enfrentar no Congresso desde a posse, onde uma maioria conservadora domina.

Ontem, Lula nomeou o ex-deputado federal Heitor Freire, do Ceará, para uma Diretoria na Sudene. Freire foi eleito, em 2018, pelo PSL e se dizia um discípulo de Olavo de Carvalho, o ideólogo do bolsonarismo, que, ironicamente, morreu de Covid, a doença que ele duvidou existir.

Não se ouvirá, entretanto, um pio sequer de crítica a Lula daqueles que, na Paraíba, rejeitam a postura do presidente estadual do PT, Jackson Macedo, em defesa de uma aliança com o atual prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena. Isso mesmo depois da coleção de fracassos eleitorais do partido, principalmente em João Pessoa, e do perigo real de um bolsonarista vencer a eleição no próximo ano no maior colégio eleitoral do estado.

Esse exclusivismo não combina muito nem com a situação nacional do PT e do governo Lula, nem com o histórico eleitoral recente do partido, que em 2018 não conseguiu eleger um único deputado estadual para a Assembleia Legislativa. 

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