quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A fidelidade partidária petista


No fim de semana passado, a prefeita de Pombal, Polyana Feitosa, prefeita da maior cidade dirigida pelo PT na Paraíba, não só foi à festa organizada em apoio à candidatura do deputado federal Welington Roberto (PR) ao Senado como lá declarou seu voto. Polyana, que teve manifestações públicas de apoio e carinho do presidente Lula, sabe bem ser do PT nas horas em que sua filiação partidária pode ajudar sua administração. Quando a questão é ajudar no crescimento do partido, vale o interesse particular.

Segundo levantamento da Rádio Liberdade FM de Pombal, por exemplo, divulgado na página do deputado estadual Rodrigo Soares (clique aqui), a gestão do esposo de Polyana, Jairo Feitosa, também filiado ao PT e falecido em setembro de 2007, recebeu do Governo Federal mais de R$ 4,5 milhões de reais durante os quase 3 anos da gestão do ex-prefeito, o que equivale, segundo o mesmo levantamento, a mais de 70% de tudo que foi repassado para investimentos em Pombal, em 12 anos. Além desses investimentos, Pombal foi agraciada, entre outras coisas, com um campus da UFCG na cidade.

Na segunda-feira, dia primeiro, foi a vez do deputado estadual do PT, Jeová Campos, que anunciou ao vivo e para quem quisesse ouvir no Programa Correio Debate que seu candidato a deputado federal será o deputado Wilson Santiago, do PMDB, caso ele não seja candidato a senador, como, aliás, já aconteceu em 2006. Se o filho do deputado do PMDB for o candidato, ele conversa. Ou seja, não está nos planos da maior liderança do PT no sertão pedir voto para um candidato a deputado federal do próprio partido.

Jeová gosta muito de falar de sua origem humilde, não perdendo a oportunidade de fazer referência à sua juventude quando foi vendedor de alho em Cajazeiras. É certo que sua ascensão social deveu-se aos esforços dos pais, irmãos e dele próprio para tornar-se um competente advogado. Mas, a ascensão política ele deve ao PT, assim como tantos outros que, de pessoas humildes e sem lugar na grande política paraibana – porque sempre foi hegemonizada pelas famílias mais poderosas, – conseguiram espaço para expressarem sem interesses legítimos de participação política. E o PT foi esse espaço, em que a iniciativa coletiva sempre foi mais importante do que a individual. Todos cresceram com o PT, inclusive Lula.


Será que esse é, entre outros motivos, um dos fatores que podem explicar porque o desempenho político e eleitoral do PT paraibano destoa tanto do resto do país, especialmente em estados do Nordeste, onde o partido cresceu e, em muitos casos, se converteu em alternativa real de poder?

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