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Em Patos, cidade com 70 mil eleitores, o governador Ricardo Coutinho conta com apenas com o apoio do suplente de deputado, Monaci Marques. Isso será suficiente? |
Lá, o quadro atual é muito semelhante ao do restante do
estado. Segundo a avaliação de um atento observador da política local e
estadual, o jornalista e comentarista político Genival Jr., a situação
eleitoral dos principais candidatos ao governo permanece inalterada desde que
as aferições começaram a incluir o nome do Senador Cássio Cunha Lima na disputa:
o tucano lidera, seguido de RC, com Veneziano em terceiro.
A grande dúvida que permanece é se esse quadro se manterá
quando chegar a hora da onça beber água, ou seja, quando a campanha começar de
verdade e os exércitos de apoio forem pra rua.
Quando isso acontecer, será uma boa oportunidade para
confirmar ou não a crença – isso talvez se configure mesmo como uma aposta – do
governador Ricardo Coutinho, principalmente depois do rompimento da aliança com
Cássio, de que haverá um descolamento de parte expressiva do eleitorado das
lideranças e grupos políticos locais.
No caso de Patos, RC conta hoje apenas com o apoio do (suplente
de) deputado estadual, Monaci Marques (PPS), que assumiu recentemente a
titularidade do mandato.
Os dois principais grupos políticos da cidade liderados por Nabor Wanderley/Francisca Mota (PMDB) e Dinaldo Wanderley (PSDB), que disputam há
mais de 20 anos a hegemonia em Patos, apoiam Veneziano e Cássio,
respectivamente.
É lícito, então, perguntarmos se a situação atual
permanecerá inalterada quando esses grupos colocarem suas estruturas na rua,
conjugando as campanhas proporcionais e majoritárias.
Esse quadro também tende a se reproduzir nos principais
centros políticos do estado (Campina, Guarabira, Sousa, Monteiro), onde, à
exceção de Cajazeiras, RC não conta com um suporte eleitoral local de força e
tradição.
É exatamente nisso – apoio de grupos e lideranças locais –
que é apontado como a principal fragilidade do governador Ricardo Coutinho, que
reside a força de Cássio e Veneziano.
No caso desse último, o suporte que darão PMDB e PT pode ser
a chave para visualizar a via pela qual Veneziano Vital pretende percorrer para
chegar ao segundo turno, alimentada pela polarização nacional que começa a se
consolidar entre PSDB e PT.
Por que
RC acena para o PMDB?
Como é por demais sabido, o governador não conta com o apoio
das principais máquinas partidárias do estado e de suas lideranças. Em 2010, ninguém
duvida que foi o deslocamento do cassismo – não apenas de Cássio Cunha Lima – em
direção a RC que lhe deu a apertada vitória para o governo.
E não é por outro motivo que o governador lança publicamente
impetuosas cantadas ao PMDB para obter o apoio do partido e retirar-lhe a
candidatura própria.
RC procura desesperadamente uma ponte, seja para um acordo já
no primeiro – para
evitar o ato de desespero que será indicar Efraim Moraes
para vice, – seja para o segundo turno, a depender do seu desempenho.
E, mais importante: retirar Veneziano da disputa, que é hoje
não apenas a principal ameaça à sua candidatura em um possível segundo turno,
mas também à de Cássio.
Mesmo que não surta o efeito desejado, a ação de RC tenta
criar um sentimento no eleitorado de esvaziamento da candidatura de Veneziano
Vital.
Por que
Cássio acena para o PMDB?
O mesmo se pode dizer de Cássio Cunha Lima, mas em outra
perspectiva. Cássio está numa situação muito mais confortável quando o assunto
é presença no segundo turno, mas, nem de longe, ele pode se considerar
vitorioso.
Por isso, a reação do Senador tucano à cantada de RC foi imediata
ao conclamar a “unidade das oposições”. Ou seja, Cássio respondeu com um outro
aceno para o PMDB.
Esse discurso tem quatro objetivos imediatos: afastar os
peemedebistas de qualquer diálogo com RC, reforçar sua identidade política com
a “oposição”, já que RC – e Veneziano – continuam insistindo no tardio “oposicionismo”
cassista, e começar a construir uma “frente” contra RC, neutralizando os
ataques de Veneziano a Cássio, e reforçar as tensões internas no PMDB, que
ainda existem, quanto a uma aliança com Cássio já no primeiro turno.
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