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Lucélio e Luciano Cartaxo. Observe bem: eles são parecidos, mas são iguais? |
Nesses quase 17 meses depois que se tornou Prefeito da maior
cidade paraibana, Luciano Cartaxo parecia sem rumo político ou sem a clara
dimensão que sua figura pública havia tomado.
Nos últimos dias, há uma nítida mudança no comportamento
político do prefeito pessoense.
Primeiro, Cartaxo parece ter finalmente reconhecido a
importância para o PT e para o projeto nacional petista que representam as eleições que
acontecerão esse ano.
Isso se revelou recentemente na atitude de assumir abertamente a liderança
das conversações com o aliado nacional, o PMDB, dando declarações que não
deixam mais dúvida sua opção na disputa estadual e sua disposição em viabilizar
esse projeto.
E a agora provável indicação de Lucélio Cartaxo para a disputa
do Senado na chapa encabeçada por Veneziano Vital do Rego, algo que ninguém
mais apostava no PMDB, muito menos no PT até uma semana atrás, é uma demonstração
mais do que cabal da nova postura de Cartaxo.
Veja que não se trata de uma decisão fácil. Lucélio tinha já
organizada uma campanha para deputado federal que o colocava como favorito a
ocupar uma das cadeiras na Câmara.
Além disso, a saída de Lucélio dessa disputa facilita o
caminho para a reeleição de Luiz Couto, esse sim, incapaz de enxergar um dedo
além dos seus próprios objetivos pessoais e do seu grupo – mas, deixemos Couto
de lado, por enquanto.
Enfim, Cartaxo deixa de lado a dubiedade inicial que marcou sua atuação até aqui, e que abriu caminho para tantas dúvidas e conjecturas por parte de aliados e adversários, e mostra agora que tem lado na política nacional e paraibana.
Mostra-se com isso ser mais confiável para o eleitorado e para seus aliados e futuros aliados. Quer algo mais apreciável do que isso para o cidadão comum que observa a política de longe?
Lucélio
e a disputa para o Senado
Enfim, Cartaxo faz hoje o que se espera de uma liderança
política consistente – que mostra comprometimento com o projeto político das
forças históricas que ele lidera hoje na Paraíba – capaz não apenas de renúncia,
mas também de ousadia.
Pois é disso mesmo que se trata a candidatura de Lucélio Cartaxo para o Senado: ousadia. Quem acha que ela representa a troca do certo pelo duvidoso nada entende das intempéries políticas.
Para Federal, Lucélio enfrentaria um Luiz Couto reforçado pelo apoio da máquina ricardista, apoio que o padre contou já em 2010 e representou a ponte de RC com Lula e Dilma Rousseff na Paraíba. Esse será de novo o triste papel de Luiz Couto em 2014.
Para o Senado, a disputa não será fácil, como nunca foi para
ninguém. Veja que Cássio foi capaz de colocar de cabeça para baixo o tabuleiro do
xadrez político da Paraíba, ao quebrar a unidade do bloco maranhista, entre
outras coisas, para correr menos riscos na disputa para o Senado em 2010.
Em 2014, já é por demais conhecida a fragilidade eleitoral
dos candidatos anunciados, todos legítimos representantes do tradicionalismo
político paraibano, Rômulo Gouveia e Wilson Santiago.
Acredito que as chances de Aguinaldo Ribeiro ser candidato ficaram bastante reduzidas com a candidatura de Lucélio. Ribeiro vai ajudar a derrotar
o candidato de Dilma Rousseff na Paraíba? O mais provável é que, com a
candidatura de Lucélio Cartaxo, este receba o apoio de Ribeiro, porque muita
conversa vai acontecer na Paraíba e em Brasília para viabilizar isso, e envolvendo gente de peso na política nacional.
Lucélio deve contar com o apoio da Direção Nacional do PT,
em particular de um barbudo bem humorado chamado Lula, que será, de longe, seu maior eleitor em 2014. Ele e Dilma.
Como já está cada vez mais claro, Lula se envolverá na campanha
de 2014 como não faz desde 2002, quando se elegeu Presidente do Brasil. Virá à Paraíba várias vezes e já atua para dar força e
consolidar o palanque dos partidos que apoiam Dilma na Paraíba.
E esse é outro fator relevante para a candidatura de
Lucélio. Um palanque que contará com duas das principais máquinas partidárias
da Paraíba, organizadas em todo o estado, dando suporte à candidatura
presidencial hoje favorita de Dilma Rousseff, e com um tempo de TV que deve
representar quase a metade do tempo total.
E se a chapa contar com a presença de Leo Gadelha, teremos
um poderoso atrativo para combinar essa mistura politicamente explosiva de
juventude e renovação, cujo discurso só será consistente se tiver amparado em
um programa transformador, comprometido com novas prioridades do governo, formas
democráticas de se relacionar com a sociedade e com a renovação das práticas
políticas.
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