quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Hugo Motta, Cícero Lucena e a "geopolítica" eleitoral de 2026

Na última ocasião em que comentamos a política paraibana, tentamos projetar o cenário, ainda longínquo, de 2026. Por enquanto, nosso esforço continuará centrado no bloco governista, ou seja, PSB, de João Azevedo, Progressistas, de Lucas Ribeiro e Cícero Lucena, e Republicanos, de Hugo Motta e Adriano Galdino. 

Já indicamos que a reeleição de João Azevedo consolidou essa aliança e, pelo percurso conflituoso de rachas e embates públicos, sobretudo entre Progressistas e Republicanos, a formação da chapa com Lucas Ribeiro na condição de vice ajudou a criar uma nova pax política na Paraíba.

Relembrando. A posição estratégica de Lucas Ribeiro o coloca desde já no papel de personagem central em qualquer cenário que se projete para 2026. Como João Azevedo não deve cometer o erro de permanecer no governo, Ribeiro deve assumir o cargo de governador. Temos, então, duas vagas na futura chapa já previamente definidas. Lucas deve ser candidato à reeleição e João Azevedo candidato a senador.

Restarão duas vagas para acomodar o conjunto de forças políticas vitorioso em 2022. O desafio de Lucas Ribeiro, entretanto, parece hoje muito mais fácil do que foi o que João Azevedo teve de enfrentar na eleição do ano passado. Além de duas vagas para o Senado, é bom lembrar que do bloco de forças vitorioso em 2022, será necessário acomodar Hugo Motta, presidente do Republicanos, e Cícero Lucena (caso este se reeleja prefeito de João Pessoa). E mais: com o campinense Lucas Ribeiro na condição de candidato a governador, o mais provável é que Adriano Galdino fique novamente sem espaço na chapa e opte por ser candidato a permanecer na presidência da Assembleia por mais quatro anos e eleger o irmão Murillo, com ainda mais facilidade.

Notem que os dois potenciais candidatos a compor a chapa governista são Cícero Lucena (ou Laura Emília ou Messinho Lucena), que é de João Pessoa, e Hugo Motta, que é de Patos, o que conformaria uma distribuição geográfica dos sonhos de qualquer estrategista. Uma inversão deve ser considerada? Sem dúvida.

Em qualquer situação, trata-se de uma equação de fácil resolução, se tudo correr até sem sobressaltos, sobretudo se João Azevedo não fizer um governo desastroso, fato que tenderia a implodir a aliança governista. Fora isso, será necessário observar os passos de Hugo Motta. Além de ser jovem, o que o permite esperar é improvável que ele se disponha a enfrentar um governador candidato à reeleição.

A oposição fica para a próxima.



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