sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Dilma pode vencer no primeiro turno

O debate realizado ontem (02/10) na Rede Globo acentuou duas dúvidas em relação à eleição presidencial que tendem apenas a se fortalecer nos últimos dias da campanha e que só serão resolvidas, claro, no próximo domingo quando foram abertas as urnas da eleição presidencial.

A primeira diz respeito a se teremos segundo turno, o que parece ser ainda o mais provável, ou se Dilma liquidará a faturo logo no primeiro, fato que daria uma força imprescindível ao seu segundo governo da petista para aprofundar as mudanças, como aponta ser slogan de campanha.

A segunda é sobre quem figurará em segundo lugar na disputa, o que era impensável até um mês atrás, quando muitos, inclusive alguns petistas, já davam como favas contadas a eleição de Marina Silva e o fim da hegemonia política do PT na Presidência.

Dilma pode vencer no primeiro turno

As últimas pesquisas apontam, de uma lado, para a persistência da tendência de queda de Marina Silva e, de outro, para o crescimento de Aécio Neves, mas também de Dilma Rousseff. 

Hoje, segundo o Ibope, Dilma estaria a três pontos de vencer no primeiro turno, com 47% dos votos válidos.

Ou seja, se for mantido o ritmo de crescimento lento, mas persistente, de Dilma na reta final, é muito provável que ela chegue no domingo muito próximo dos 50% dos votos válidos e ter uma definição sobre sua vitória por margem mínima.

Se Aécio cresce na reta final incorporando eleitores que já foram seus e que migraram para Marina em razão da crença de que a ex-petista tinha mais chance de derrotar Dilma Rousseff, a presidenta amplia sua vantagem com parte do eleitorado que, desde 2010, aposta em Marina na expectativa de renovação.

Como mostram as pesquisas, a queda de Marina é homogênea em quase todos os segmentos. Vejam os dados do Datafolha do desta quinta (2/10).



Entre aqueles que ganham de 1 a 2 salários, Dilma obteve novo crescimento de 3% (foi de 42 para 45%), enquanto Marina caiu de 24 para 27%.

Foi entre os eleitores que recebem mais de 5 salários onde Marina mais perdeu votos, considerando a faixa de renda. Enquanto Dilma cresceu de 24% para 28% nesse segmento, Marina caiu 11 pontos, indo de 28% para 17%, isso em apenas três dias!

Marina perdeu também votos até entre os Evangélicos. No mesmo período, a também evangélica perdeu 4 pontos percentuais (38% para 34%) e agora está empatada com Dilma nesse segmento, onde a presidenta ganhou dois pontos e saiu de 32 para 34% das preferências.

Aécio em segundo?

Entre os eleitores com ensino superior e entre as mulheres é onde se encontram as maiores perdas de Marina.

No eleitorado com Ensino Superior, em um mês Marina perdeu 9%, e saiu de 37 a 28%, enquanto Dilma nesse mesmo período ampliou sua votação de Dilma de 22 para 26%.

Em relação à idade, as maiores perdas de Marina aconteceram entre os eleitores de 25 a 34 anos, quando ela caiu de 30% para 25%, enquanto Dilma se manteve estável com 38%.

Em meio ao eleitorado feminino, Marina também sofreu grande baque, perdendo 9% em 15 dias (34% para 23%), enquanto Dilma subiu de 32 para 40%.

Ou seja, Marina perde mais votos para Dilma do que para Aécio, que não consegue crescer nos segmentos de mais baixa renda, a maior parcela do eleitorado. 

Por exemplo. Aécio só consegue crescer de maneira mais consistente entre os eleitores com renda superior a 5 salários mínimos, onde ele saiu de 30 para 32%, segmento em que, como vimos, Marina perdeu 11%.

E em meio ao eleitorado que tem nível superior, segmento em que Aécio atingiu a liderança com 29%, crescendo 3 pontos, enquanto Marina perdeu um.

Ou seja, Aécio cresce, mas apenas entre aqueles eleitores que tradicionalmente compõem o perfil do eleitorado tucano, mas cresce ainda de maneira muito discreta.


O problema é que a queda de Marina é muito acentuada e consistente, acontecendo em quase todos os segmentos. 

Como Dilma, inversamente, consegue crescer em quase todos os segmentos, não é de todo absurdo trabalharmos com a hipótese de uma vitória no primeiro turno. 

E também, caso aconteça, tendo Aécio como seu adversário.

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