Ou a direção do PT já tem um acordo fechado com o governador José Maranhão e todas as declarações e movimentos protagonizados nos últimos dias pelo candidato do PMDB – associados aos comentários cada vez mais freqüentes de que a da vaga de vice será ocupada por mais um peemedebista – não passam de mis en scène para desviar o foco das atenções e confundir o adversário, ou tudo se encaminha mesmo para a exclusão do partido da vaga na chapa majoritária.
Primeiro, foram as declarações de deputados estaduais, como Raniery Paulino, e mesmo Benjamin Maranhão, sobrinho do governador, que defenderam uma chapa majoritária onde não constava nenhum nome do PT, o que foi sucedido por grande especulação da imprensa através de paginas de notícias e blogs de todas as matizes.
Na semana passada, o Blog do Décio chegou a usar a expressão "Eureka" para anunciar o entendimento do que seria um intricado quebra-cabeças o processo de formatação final da chapa maranhista para o govenro. Tudo, segundo ele, se encaminhava para que o deputado federal Vital do Rego Filho fosse o indicado para a cobiçada vaga de vice-governador na chapa maranhista.
Como eu acho que, em política, "onde há fumaça há fogo" o PT deve se precaver. Acho que seria uma desmoralização para o partido, especialmente para a atual direção, se o PT tiver que engolir em seco o que o PMDB tenta empurrar para o partido, isso depois de acomodados, é claro, os seus diversos interesses internos, e das outras siglas envolvidas na composição da chapa majoritária maranhista.
Já me referi aqui às dificuldades políticas de uma chapa majoritária de perfil marcadamente conservador como as que são apresentadas hoje, nelas excluída a participação de representantes do PT e com o perfil de candidatos como Wellington Roberto e Wilson Santiago. Se chapas assim ganham "capilaridade" eleitoral, o que pode ser tranquilamente suprido pela ação administrativa do governo estadual, ela perde em consistência, aumentando a distância do PMDB com o eleitorado lulista no estado e com o eleitor de perfil mais progressista, de centro-esquerda e de esquerda.
Por outro lado, os danos políticos à imagem do PT paraibano seriam graves, com inevitáveis repercussões eleitorais. Por isso, não acho que o apoio a José Maranhão deva acontecer em qualquer circunstância. Fora da majoritária, seria melhor o PT, por exemplo, não apoiar nenhum dos candidatos a governador, priorizando assim a eleição presidencial e as eleições parlamentares.
Isso ganharia forma na liberação dos seus filiados para optarem por qualquer uma das candidaturas ao governo que apóiam hoje Dilma Rousseff, incluindo aí o próprio José Maranhão, claro. Além do mais, isso tanto abriria a possibilidade de lançar uma candidatura avulsa para o Senado, a de Luis Couto, por exemplo, como permitiria o estabelecimento de bases para se refazer a unidade petista.
Como estamos na fase decisiva das definições, cabe ao PT começar a falar grosso. E mostrar ao PMDB que o apoio do partido é um luxo político e eleitoral que não deve ser desprezado. E mostrar também ao eleitorado que o partido não é linha auxiliar de ninguém, sendo movido exclusivamente por seus próprios objetivos estaduais e nacionais, que devem ser respeitados.
O PT tem sua história, sua importância política e a responsabilidade com os destinos do estado para preservar. É ela que dará autoridade política e moral para o atual governador enfrentar um embate que pode ser duro, especialmente se ele abre muito o flanco à esquerda.
Enquanto o PT tiver nas mãos de Rodrigo Soares e Jeová - dois coroneizinhos - eu vou votar no ex-PT Ricardo Coutinho, no Avenzoar e no PCdoB. Pronto, declarei meu voto.
ResponderExcluirÉ temerosa a dúvida que permeia nos céus do estrelado PT. Rodrigo Soares como presidente PT e Jeová como um dos artífices desta "direitização" do partido, só nos leva a crer que este servirá apenas aos desígnios particulares de ambos. Desperdiçar um cabedal político conquistado ao longo de décadas, ofuscando sua História, sinceramente, o PT não merece. A diretiva apontada pela nacional em fazer-se dobradinha com o PMDB não poderá ser a senha para o trucidamento político do partido. A situação requer voz ativa e altiva, do contrário atesta-se a sua subserviência à vontades espúrias e subreptícias.
ResponderExcluirAs vezes me pergunto:
ResponderExcluirComo pode, o PT da Paraíba, que tem um Presidente da República, viver HUMILHADO pelo governador Maranhão?
Essas "lideranças petistas", incompetetes, deveriam ser expulsas do partido. Êles conseguiram expulsar o Ricardo Coutinho, justamente o político que levava mais votos para o PT.
É INACREDITÁVEL!
Alguns petistas, notadamente os que defendem essa aliança com Maranhão,recentemente adotaram, um tom mais forte com o PMDB. Isso se dá pelo fato de não conseguirem, emplacar a tão propalada vaga de vice. Eles sabem, principalmente Rodrigo, a derrota politíca que irão sofrer caso não consigam o intento.Pois, o discurso utilizado para vencer no PED foi justamente a vaga de vice.É bem verdade que a vice possa a ter sair, porém será muito mais pela pressão nacional do que local.Alguns equivocos foram adotados na forma de conquistar esse espaço. Primeiro o isolamento a que foi submetido Luciano. Segundo a atitude submissa adotada pelo PT. Terceiro para o PMDB o PT local é descartável. Quarto interesses particulares fez com que o PT se transformasse em uma espécie de célula do PMDB.Enfim, o PT fez politíca pequena e do avestruz frente ao processo vexatório a que está sendo submetido. Vamos ás perólas de alguns do PMDB e que não foram respondida a contento: o PT não possui densidade eleitoral, o PT foi o responsável pela derrota em 2006, o PT não tem nomes competitivos etc. Porém, esquecem que o PT tem tempo de TV e rádio, tem história, tem militância e de quebra tem LULA.Só não tem localmente uma politíca altiva e independente.
ResponderExcluirO PT foi o único partido que não conseguiu crescer se aproveitando da força do Lula, ao contrário, diminuiu e parece que renega a pessoa politica do presidente Lula. As lideranças do PT só se interessam em arrumar cantinho para eles. O Lula ganha eleição aqui por prestigio pessoal porque se dependesse do PT paraibano sequer teria palanque. O PT de hoje, nada carrega do PT do passado; sem inserção popular, sem base, sem núcleos, o PT apenas se refrigera, pois não se esforça nenhum pouco para honrar a sua história e as pessoas que o construiram. Sem prestigio dentro do PMDB pode ter que recorrer aos fichas sujas do Dem-tucano, é uma lástima. Lá no Ceará, por pressão do PT,(O Ciro se queixou de José Dirceu) o PSB rompeu com o coronel Tasso do PSDB, e aqui? Qual é a exigencia dos que não querem se aliar com o PMDB? Se aliar ao PSDB-Dem?
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