sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

A inevitável candidatura de Daniella Ribeiro à Prefeitura de Campina Grande?

Durante a visita que fez a Campina Grande, nesta quinta-feira (9), João Azevedo foi questionado a respeito da candidatura de Daniella Ribeiro à Prefeitura de Campina Grande na eleição do próximo ano e se a senadora do PSD teria seu apoio:
 
“Vocês têm que perguntar a ela [sobre a candidatura]. De nossa parte, não tenha dúvida de que terá o nosso apoio”, respondeu o governador.

A julgar pelo desempenho de João Azevedo em Campina na última eleição (32,6% no segundo turno!), que contava com o então vice-prefeito da cidade, Lucas Ribeiro na posição de seu candidato a vice-governador, as perspectivas de vitória da senadora no segundo maior colégio eleitoral do estado são, hoje, quase nulas, sobretudo se for mantida, como se prenuncia, a aliança entre os grupos do também senador, Veneziano Vital, e do prefeito Bruno Cunha Lima. Na última e única vez em que participou da disputa, em 2012, ficou em terceiro lugar, atrás de Tatiana Medeiros, que foi ao segundo turno, com Romero Rodrigues.

Não é preciso dizer que os tempos são outros, porém, é necessário também acrescentar que talvez Daniella Ribeiro talvez não tenha outra alternativa, a não ser a candidatura. Já lembrei em texto anterior que Lucas Ribeiro provavelmente deve assumir o cargo de governador da Paraíba, em 2026, e, claro, ser candidato à reeleição, fato que inevitavelmente exigirá de Daniella Ribeiro o sacrifício de sua reeleição ao Senado para viabilizar a ampliação das composições, sobretudo com o Republicanos, em apoio ao filho.

Sendo assim, o bloco de apoio à futura candidatura de Lucas Ribeiro ao governo terá a obrigação de ir à disputa eleitoral na Rainha da Borborema, senão para ganhar, mas, pelo menos, evitar um resultado desastroso na eleição, que possa criar dificuldades para Lucas Ribeiro.

Daniella Ribeiro é, inquestionávelmente, o nome de maior projeção eleitoral que dispõe o bloco de apoio a João Azevedo na cidade. Com o apoio da máquina estadual, a candidatura da senadora terá condições de, no mínimo, ultrapassar a votação que João Azevedo obteve na cidade na eleição do ano passado.

Além disso, existe a liderança do eleitorado de oposição ao grupo hoje liderado por Bruno Cunha Lima em Campina Grande, nunca menor que 1/3, como demonstrou novamente a votação do pessoense João Azevedo. 

E Romero Rodrigues?

Por falar no grupo Cunha Lima, será preciso ainda saber a posição de Romero Rodrigues e qual sua pretensão. Vai apoiar Bruno Cunha Lima e indicar o vice, o que poderá ser lido como uma antecipação da candidatura do atual prefeito de Campina para a eleição de governador de 2026? Nesse caso, como reagirão Pedro e Cássio Cunha Lima?

No caso da implosão do grupo Cunha Lima com o lançamento da candidatura de Romero Rodrigues à prefeitura da Rainha da Borborema, talvez, a depender dos compromissos do ex-prefeito com Lucas Ribeiro, a candidatura de Daniella Ribeiro pode ser dispensável. 

O problema é que os Ribeiro não poderão esperar pelo claudicante Romero, que já deu inúmeras provas de que, pelos costumeiros ziguezagues e indecisões, é a versão campinense de Luciano Cartaxo. Como não acredito em movimentos ousados de Romero Rodrigues, ele deve alimentar publicamente suas genuínas dúvidas para, ao final, como de praxe, anunciar seu apoio à reeleição de Bruno Cunha Lima.

Em qualquer caso, a candidatura de Daniella Ribeiro deve começar a ser construída desde já.

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