sexta-feira, 11 de setembro de 2009

E se...?

E se... Fosse Cássio?

Sem muito compromisso com uma análise real dos fatos, e apenas num exercício de imaginação, utilizo-me nesta postagem do "se" para tentar entender o tamanho do dilema que deve viver hoje o senador Cícero Lucena diante do imenso sacrifício que lhe pedem renomados cassistas: a sua anuência para que o PSDB apóie a candidatura de Ricardo Coutinho para o Governo do Estado. Sacrifício que o próprio Cássio, e por extensão todos os cassistas, provavelmente, estariam muito pouco dispostos a fazer, caso estivessem na condição de Cícero Lucena.

Vamos ilustrar isso colocando a imaginação para funcionar.

Voltemos a 2001-2002 e perguntemos: e se a maioria do PMDB tivesse apoiado, em nome da "unidade", a proposta de José Maranhão de apoiar o nome de Cícero Lucena para o Governo do Estado e este, ao invés de Cássio, tivesse sido eleito governador, em 2002? E se, fruto do mesmo acordo, Cássio tivesse permanecido Prefeito de Campina Grande e, na eleição do seu sucessor, como realmente aconteceu, Veneziano Vital do Rego vencesse o pleito, em 2004. Da mesma maneira que em João Pessoa, o imaginário governador Cícero tivesse também perdido a eleição para o seu arqui-rival, Ricardo Coutinho.

Imaginemos ainda que, em razão dessas disputas, o então senador José Maranhão tivesse rompido com o grupo, não mais Cunha Lima, mas Cicerista, e concorrido ao Governo do Estado, em 2006, e sido derrotado por Lucena nos mesmos moldes e vitima dos mesmos "recursos" utilizados por Cássio Cunha Lima na vida real, resultando, ainda durante a campanha, num fundamentado pedido de cassação (nessa eleição, Cássio Cunha Lima, como prêmio pelo sacrifício de 2002, fora também eleito para o Senado).

Imaginemos, além disso, que em razão das derrotas nas principais cidades da Paraíba, Cícero Lucena, espertamente e vendo exclusivamente seus objetivos de sobrevivência política, iniciasse uma aproximação com o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital, acenando desde então com um possível apoio a este caso fosse realmente cassado, como tudo indicava. O objetivo, todos saberiam, seria dividir e fragilizar seus maiores adversários - o prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, e o senador José Maranhão – explorando seus interesses particulares, para derrotá-los. E se, consumada a cassação, e para evitar a união dos seus 3 adversários em apoio à reeleição do governador empossado José Maranhão, ou, o que seria muito pior, a Ricardo Coutinho, o ex-governador cassado Cícero Lucena começasse a colocar em prática uma estratégia cujo objetivo seria apoiar o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital, o único que poderia derrotar José Maranhão (ou Ricardo Coutinho).

Para tanto, justificando a necessidade de reflexão solitária, Lucena fizesse uma longa viagem em que percorreria a pé o caminho de Santiago de Compostela e de lá seguisse para Roma em busca da bênção do Papa, e, agraciado por súbita sabedoria adquirida durante o isolamento, voltasse indefinido sobre quem apoiar para governador, mas sabendo que Ruy Carneiro, seu Sancho Pança, saíra do PSDB e filiara-se a outro partido, declarando abertamente apoio a Veneziano Vital. Além disso, João Gonçalves, sem poder acompanhar Carneiro por conta da fidelidade partidária, pregava abertamente, em nome da unidade e do espírito de grupo, que Cássio retirasse sua candidatura em apoio a Veneziano Vital do Rego, seu arqui-rival político.

Chegou a hora da grande pergunta: Como agiria Cássio Cunha Lima? Como agiriam Ronaldo Cunha Lima, Ivandro Cunha Lima, Glória Cunha Lima, Manuel Ludgério, Ricardo Barbosa diante de tão indecoroso pedido? De que maneira tratariam Cícero Lucena? Caberia a palavra traição para descrever sucintamente a postura de Cícero Lucena? Ou Cássio Cunha Lima, como toda generosidade política que sempre lhe foi peculiar, ofereceria sua candidatura, em holocausto, em nome dos mais altos interesses de seu grupo e de um projeto político cujo objetivo sempre foi desenvolver a Paraíba e seu povo?

cabe agora voltando urgentemente ao mundo da política real. Cícero está sozinho e abandonado. Ele deve ou não também gritar "salve-se quem puder"?

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