quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Globo defende golpe em Honduras. Defende o mesmo para o Brasil?



Um "colóquio" bastante instrutivo sobre o que pensa a respeito da democracia a grande imprensa brasileira aconteceu no Bom Dia Brasil de hoje. Participaram dele Miriam Leitão e Alexandre Garcia, e foi mediado pelo âncora metido a Lord inglês, Renato Machado, que também é editor do tele-jornal. Alexandre Garcia, em primeiro lugar, reclamou porque Lula referiu-se com insistência ao governo "de fato" de Honduras como "golpista". Isso deve mesmo incomodá-lo, como o queridinho do general Figueiredo durante a ditadura no Brasil.

Miriam Leitão foi mais longe ao defender abertamente a legitimidade do golpe em Honduras, para criticar a postura do governo brasileiro que exige o respeito à ordem democrática na América Latina. Miriam chegou a relatar a trajetória do golpe: Zelaya queria um terceiro mandato, que a constituição hondurenha proibia (proibia também para FHC, ela esqueceu de lembrar); por conta disso a "Corte Suprema" (dirigida por um Gilmar Mendes hondurenho)impediu isso destituindo o presidente José Manuel Zelaya, legitimamente eleito, e deu posse a Roberto Micheletti, ex-presidente do parlamento hondurenho. Micheletti terá em breve, provavelmente, um encontro com o pequeno Oscar David Montesinos, que lhe dará uma lição por trair a pátria e seu povo. (clique aqui ) para assistir o magnífico discurso proferido por esse menino de 10 anos contra a ditadura hondurenha, um exemplo para a juventude da América Latina) Tudo na legalidade, para Leitão. A mesma legalidade que tentaram atribuir à derrubada de Hugo Chavez, em 2003.

Alexandre Garcia, por outro lado, opinou que o Brasil perdeu a legitimidade de intermediador da crise, pois assumiu um lado nesse embate. Ele também esqueceu de lembrar: o lado da democracia e da defesa das instituições democráticas, que a Globo jamais defendeu. Como está claro, essa será a mais nova crise criada pelo PIG para derrubar Lula. E vão torcer ardentemente por um conflito, uma guerra civil, para responsabilizar Lula. Incapazes de derrotá-lo no Brasil, tentarão cantar vitória em Honduras, em busca de uma vitória de Pirro, pois com apoio popular, Zelaya voltará ao poder, de uma maneira ou de outra.

Eles torcem também por outra coisa: a vitória daqueles que a Globo apóia em Honduras e em toda a América Latina pode dar início a uma nova onda golpista no continente. Se eles não ganham nas urnas, o golpe pode ser uma alternativa. Interesses em jogo são muitos, a começar pelo Pré-Sal.

Abaixo o vídeo desse impressionante "colóquio".


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