terça-feira, 2 de outubro de 2012

PORQUE DECIDI VOTAR EM JOSÉ MARANHÃO I


Eu poderia começar esboçando uma justificativa fazendo menção aos motivos pelos quais não voto nos outros candidatos a prefeito de João Pessoa. Mas, não, não vou fazer isso. Eu perderia muito tempo e sobraria menos espaço para tratar de expor as razões que me levaram a optar pela candidatura José Maranhão nessa eleição de 2012.

José Maranhão é o candidato mais consistente. A consistência de um político deve ser buscada não apenas nos seus discursos ou nas suas propostas. Mais do que isso, esse atributo deve ser medido pelas suas ideias mais gerais a respeito da Paraíba e do Brasil. É isso que orienta – ou deveria orientar – a prática política.

Nesse sentido, José Maranhão, com erros e acertos, foi capaz de expressar isso em suas administrações, por exemplo, no governo do estado. Para não me alongar muito, eu cito apenas um exemplo. A visão estratégica no enfrentamento da problemática da água para consumo humano e para as atividades econômicas.

Alguém tem dúvida que, afora as questões de ordem estruturais (econômica e social), esse vem a ser o grande e principal dilema da Paraíba? Com o adensamento populacional crescente nos centos urbanos e uma agricultura frágil para cumprir o seu papel econômico e social, o problema não apenas da ampliação da capacidade de acumular água em açudes e barragens, mas também da ampliação do acesso através da distribuição, tornam-se questões estratégicas.

Por isso, uma das ações estruturantes de maior relevância dos governos de José Maranhão vem a ser o que ele chamou de “Plano das águas”, um grande projeto de construção de novos reservatórios, associado à construção de adutoras para distribuir a água acumulada para regiões com déficit hídrico. Esse grande projeto promoveu grandes impactos na melhoria das condições de vida e de desenvolvimento econômico da Paraíba.

Vejam o caso de Patos, uma cidade com mais de 100 mil habitantes, incrustada em pleno semiárido paraibano. Enquanto as águas do açude de Coremas escorriam para o Rio Grande do Norte ou se perdiam pela evaporação, Patos padecia ano após ano em racionamentos de água cada vez mais prolongados. Foi a construção da adutora Patos-Coremas que salvou a capital do Sertão, literalmente, viabilizando tanto água para o consumo humano quanto para atividades econômicas.

E tantos outros exemplos de barragens e adutoras espalhadas por todo o estado e cujo impacto socioeconômico só será medido com exatidão no futuro, a exemplo de outra “transposição” de águas para irrigar as várzeas de Sousa, o chamado Canal da Redenção, um canal adutor de 37 Km, com túneis, sifões e galeria que visavam irrigar mais de 5.000 ha, o que poderia ter tornado aquela região num polo de fruticultura irrigada. Interrompido no governo de Cássio Cunha Lima, que o desfigurou por completo, não apenas ao impedir sua continuidade, como ao alterar substancialmente a lógica econômica do projeto, transferindo lotes de terra para grandes proprietários, especialmente grandes empresários do ramo da fruticultura, ao invés de priorizar os pequenos produtores.

Esse exemplo mostra tanto a visão “desenvolvimentista” que José Maranhão sempre tentou empreender em seus governos, como mostram – apesar de muitos acharem, erroneamente, que não existem – diferenças fundamentais entre dois importante políticos paraibanos, um deles aliado do atual governador, cuja consistência de ideias não resistiu a três meses de governo.

Num ambiente político marcado pelo excesso de pragmatismo e de desprezo pelo debate de ideias, onde o que menos importa são as alianças políticas – quem pode afirmar com convicção que o que o candidato do PT diz hoje sobre Ricardo Coutinho será mantido daqui a um ano? – José Maranhão tem a sua trajetória para demonstrar sua consistência como político e como pessoa. E isso, para mim, é um traço fundamental para minha escolha.
Depois eu volto para tratar da história e da trajetória de José Maranhão.

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