Reeleição ameaçada
Excelente sua coluna de hoje. A sensação de mediocridade que atualmente perpassa a avaliação da maioria dos políticos paraibanos deve provocar desânimo entre os eleitores mais esclarecidos em relação ao futuro. A corroborar isso, mentem-se a preocupação quase que exclusiva entre os principais concorrentes ao Governo do Estado da busca de apoios políticos. Nada se discute a respeito da Paraíba. Nada de debate a respeito dos programas de governo.
José Maranhão e Ricardo Coutinho estão perdendo uma grande oportunidade de apresentar à sociedade um modus operandi que os distinga desse velho modelo de fazer política e arrebanhar apoios. José Maranhão, principalmente.
Porque, com um oponente com chances reais de vitória com as características pessoais e com a trajetória de Ricardo Coutinho, o embate de 2010 pode ser que seja diferente de todas as disputas que tivemos até hoje na Paraíba.
Basta Coutinho não se dobrar à mesmice cunhalimista e de direita com quem ele se aliou. Se assim for, certamente a disputa de 2010 não repetirá as contendas que tivemos até aqui se Ricardo Coutinho decidir ir fundo e apresentar a realidade social e econômica paraibana para responsabilizar o PMDB por isso.
Assim, ou o governador, ao mesmo tempo em que continua suas articulações para montar um poderoso palanque atraindo lideranças e partidos, começa a debater e apresentar não só um programa consistente, mas renovador, tanto das práticas políticas quanto administrativas, e aponte para o início de um novo ciclo social e econômico no estado, ou ele pode ser pego de calças curtas quando o debate realmente começar.
E pode ser que não adiante o governador apontar apenas a contradição do seu oponente, que se aliou à outra banda co-responsável pelo estabelecimento dessa realidade. Porque, afinal, quem o confrontará será Ricardo Coutinho e não alguém do grupo Cunha Lima.
Deve-se considerar, nesse ponto, que a trajetória pessoal de Coutinho, pelo menos até 2004, foi de crítico dos grupos tradicionais da política paraibana, e sua administração em João Pessoa, com todos os limites, se esforça por inovar em muitos aspectos da administração pública, mesmo que de forma cosmética. Pode ser que isso dê alguma legitimidade a esse discurso.
Assim, considero que José Maranhão vai precisar redefinir seu discurso e reconhecer que a política está mudando. E que ele não subestime isso. A Paraíba é o único estado do Nordeste que ainda não experimentou a ascensão de uma nova liderança com origem e discurso de esquerda.
Coutinho pretende ocupar esse espaço, e ele pode tentar fazê-lo apontando o dedo para a ferida. Deste modo, para além das questões de ordem administrativas, ao ser questionado sobre suas responsabilidades e de seu partido quanto ao quadro social e econômico da Paraíba, hoje, mais do que apontar a contradição no discurso do candidato do PSB, José Maranhão precisa apresentar a si e ao seu próximo governo, e se possível o atual, como de transição, para ajustar a Paraíba a um novo modelo de desenvolvimento que se constrói no Brasil atualmente.
Um novo modelo de desenvolvimento com crescimento econômico, mas, principalmente, com distribuição de renda. E isso dará a aliança com o PT mais do que um sentido meramente eleitoral ou com o objetivo de ocupação de cargos, sem que isso implique em mudanças substanciais em termos administrativos e de prioridades.
Se a aliança com o PT pode servir para alguma coisa, mais do que manter Luciano Cartaxo na vice, deve servir para que o partido empreste sua legitimidade histórica e a intenção de propor para o Brasil esse novo modelo de desenvolvimento. Mais do que negociar por cima seus apoios, José Maranhão poderia sinalizar para a sociedade que pretende que seu próximo governo dê início a um novo processo de desenvolvimento na Paraíba.
E o mais breve possível. Pode ser que durante a campanha seja tarde demais.
Como é que Ricardo Coutinho pode responsabilizar o PMDB pelas mazelas da Paraíba sem fazer o mesmo com seus aliados, seus candidatos a senador, seu vice, seus candidatos a deputado?
ResponderExcluirAlém disso, Coutinho não é melhor do que ninguém, é um falso inovador, uma fraude, como deixou bem claro em sua passagem pela prefeitura, caracterizada por superfaturamentos, compra de apoios etc.
Prefiro Maranhão, que parece ser exatamente o que é: um político tradicional.
Você e Rubens Nóbrega deveriam deixar de firulas. O que interessa a Coutinho é quantos votos Ivandro Cunha Lima na chapa pode trazer-lhe em Campina Grande.
Deixem de conversa mole, vocês dois!
Rsrsrsrs
ResponderExcluirEmbora discorde de Flávio, creio que falta a Gilson honestidade em suas falas.
Por que me falta honestidade, Sr. José?
ResponderExcluirDiga que eu responderei.
Você parece que vem ao debate com uma posição regida e pré-definida de oposição a Ricardo, independe do que os outros falem. Não consigo ver uma abertura, uma fresta. Creio que você imagina capaz de destruir, e com agressividade, qualquer argumento em favor de Ricardo. Se todos vem com firulas, pra que debate? Se não há acordo vamos discutir para que / o que?
ResponderExcluirTalvez você não seja contra Ricardo, e sim, não gosta dele, profundamente. Acho que você deva transparecer isso mais diretamente, aí a questão da honestidade, e apenas em relação a este ponto específico.
Se quer saber por que eu considero Ricardo Coutinho uma fraude, Sr. José, leia meuas artigos sobre ele no site ParlamentoPB: www.parlamentopb.com.br.
ResponderExcluirDesonesto é uma palavra muito pesada para usar contra mim neste contexto. Desonesto, sim, é Ricardo Coutinho, pelos motivos expostos nos artigos que recomendo.
Realmente, os candidatos até agora só buscaram apoios e nada mais. Zé com mais intensidade, haja visto, que possui uma máquina forte.Porém, acho, que Zé nesta tentativa louca de obter mais um mandato vem demonstrando para população que seu único objetivo é o poder. Ricardo ao se aliar com grupos tradicionais, também sofreu um certo desgaste só que este desgaste já foi espremido até á última gota, daí não sai mais caldo. E é bom lembrar que Ricardo, tem o discurso do novo, da esquerda, dos movimentos sociais, da classe média etc. Isso junto com um programa desenvolvimentista, poderá fazer á diferença.
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