Qualquer observador mais atento da cena política paraibana tinha dificuldades de entender a razão que o seguraria na Prefeitura, quando a tradição das decisões nesses casos seria partir para o desafio seguinte numa carreira política promissora.
Ou seja, na impossibilidade de ser candidato ao governo, como almejaria qualquer prefeito de uma grande cidade, como era o caso de Veneziano Vital ou mesmo Ricardo Coutinho, ser candidato ao Senado – o que lhe asseguraria, com a vitória quase que previsível, oito tranquilos anos para partir para futuras disputas sem correr tantos riscos de cair no vazio político de um sem-mandato – ou a Vice-Governador, nesse caso o caminho mais fácil e seguro não apenas de conseguir o cargo, mas de se reeleger comandando uma poderosa máquina administrativa na eleição seguinte.
Apenas alguns dias depois, dois fatos quase que simultâneos revelaram os verdadeiros dilemas que o jovem prefeito enfrentava e que, provavelmente, o impediram de deixar a prefeitura de Campina Grande.
Primeiro, a internação urgente do atual vice-prefeito, José Luiz Jr., que assumiria o cargo com a renúncia do titular, para um transplante de fígado, e em seguida o anúncio da decisão do juiz eleitoral Francisco Antunes de cassar o mandato de Veneziano Vital por – odeio a expressão, mas vamos lá – “supostas” irregularidades cometidas durante a campanha para prefeito.
Dessa vez, não se ouviu a irresponsável lenga-lenga cunhalimista de políticos e pseudo-jornalistas, que prezam tudo, menos as instituições, contra a parcialidade da justiça eleitoral.
Além da queda, o coice. A cassação certamente acentuará as dificuldades que Veneziano enfrenta por conta das ações pouco “republicanas” da oposição campinense, que literalmente procura sabotar o desenrolar da vitoriosa gestão que Veneziano Vital desenvolve em Campina Grande – Ricardo Coutinho anda repetindo muito a expressão “republicana”. Eu só espero que o sentido do termo ele não tenha aprendido com os Cunha Lima.
Pois bem. Observando a partir dos fatos atuais, é preciso reconhecer que o prefeito campinense agiu não só de maneira responsável, mas exemplar. Imaginemos que Veneziano tivesse renunciado no início de abril e, dias depois, o prefeito empossado José Luiz Jr. fosse internado, como realmente foi, para fazer um transplante de um órgão vital.
Veja, nós não estamos falando de uma situação cirúrgica qualquer, mas de um transplante, procedimento médico que só é realizado quando não existe outra alternativa ao paciente e sem o qual ele provavelmente não viveria, ou teria uma sofrível qualidade de vida. Além disso, existem os riscos comuns a uma ação cirúrgica tão drástica, cuja recuperação pode ser lenta.
Desejo saúde e vida longa ao vice-prefeito de Campina Grande, mas, de minha parte, não dá para relevar e não criticar aqui os atos de pressão que José Luiz Jr. protagonizou antes de abril chegar para assumir a prefeitura.
Mais do que ninguém, ele próprio sabia do seu grave estado de saúde, agora tornado público. Mais do que ninguém, José Luiz Jr. deveria ter tido a honestidade política de, mesmo sem revelar a gravidade do seu estado de saúde, dizer-se impedido pelas circunstâncias de assumir uma responsabilidade que, pelo menos provisoriamente, estaria longe do seu alcance, evitando mais constrangimentos para seu parceiro administrativo.
Caso Veneziano Vital tivesse renunciado, quem seria o prefeito de Campina Grande hoje? Esse vazio institucional só criaria problemas para a administração pública e para os campinenses, que teriam um prefeito “tampão”, o presidente da Câmara, agora a “sabotar” por dentro a gestão da cidade que os Cunha Lima dizem amar.
Por outro lado, se pensasse apenas e exclusivamente no seu projeto político, Veneziano provavelmente teria “pagado para ver” e apostado que, caso as circunstâncias não o ajudassem, pelo menos o seu projeto estaria em parte a salvo.
Prisioneiro dessas circunstâncias, Vital do Rego preferiu o sacrifício – digo em relação ao seu projeto político, que fique claro – e, está agora evidente, pode fazer exigências ao PMDB e a José Maranhão por ele. E, no momento mais difícil e desafiante de sua carreira, o jovem prefeito campinense demonstrou, especialmente para aqueles que estão dispostos a tudo para atingir seus objetivos, que existe um limite ético que está à frente dos interesses pessoais e de grupo.
Não excluo aqui, é óbvio, os interesses políticos subjacentes à sua decisão. Eles existem e, como se diz na academia, não inelimináveis. Veneziano, por certo, não deve ser canonizado por isso, porque política não é lugar para santos. Mas, estamos diante de uma questão concreta e todos nós devemos ser julgados não apenas pelos nossos discursos, mas principalmente quando damos coerência prática a eles. É esse o único critério de julgamento na política.
Com isso, Veneziano demonstrou o que vem a ser a expressão prática do que é ser republicano.
Na próxima postagem, tratarei da cassação do prefeito de Campina Grande.
Veneziano, que é meu sobrinho, merece a cassação. Comentarei mais quando você publicar o segundo artigo.
ResponderExcluirComo você está demorando a publicar o segundo artigo, vou comentar aqui mesmo.
ResponderExcluirVeneziano, sem possibilidade de dúvida, desviou 50 mil reais da prefeitura para a sua campanha.
Pagou uma construtora com um cheque de 50 mil reais e esse dinheiro foi imediatamnete repartido entre cabos eleitorais e depositado por estes na conta da campanha de Veneziano. Claro, cristalino! Tem que ser cassado mesmo.
Meu honrado pai, avô de Veneziano, o ex-governador Pedro Moreno Gondim, teve décadas de vida pública sem um único escândalo a manchá-la. Saiu do governo sem uma casa para morar. Tentou construir uma, teve que vendê-la inconclusa.
ResponderExcluirAinda bem que ele está morto, para não ver as bandalheiras dos Irmãos Metralha, Veneziano e Vitalzinho.
Veneziano e Ricardo Coutinho são as maiores fraudes políticas da história da Paraíba.
ResponderExcluirVeneziano começa a provar do próprio veneno. Até recentemente ele tripudiava sobre o grupo cunha lima, chamando-o de cassado. Agora, esse termo vai virar espelho, e, como se diz lá em Guarabira, em casa de enforcado não se fala de corda. No mais, pelo poder político e influência do Governador e sua digníssima primeira dama e ilustre magistrada do TJ, o cabeludo vai ter que comer na mão do Maranhão III. Antes ele era o paparaicado, agora, cassado, vira refém dos interesses palacianos. Ou então o processo anda...
ResponderExcluirBEM,MEU PONTO DE VISTA É O SEGUINTE,GILSON COM DOR DE COTOVELOS POR Ñ PODER MAMA NA PREFEITURA,DEIXE OS MORTOS EM PAZ POIS ELES ESTÃO DORMINDO Ñ VER NADA,ESSE FEITOSA DEVE SER OUTRO QUE Ñ CONSEGUIU SUBIR NA VIDA E TEM INVEJA DAS PESSOAS QUE CONSEGUEM ALGO,BOM PRÁ QUALQUER TIPO DE DOR,PASSE GELLOU,KKKKKKKKKKK
ResponderExcluirGilson, não fique repetindo o que a imprensa cassista diz sobre o caso. O TRE aprovou as contas de campanha do prefeito. Se aprovou as contas de campanha, tendo investigado essa denúncia que apareceu ainda durante a campanha, é porque não havia nenhuma ilicitude.
ResponderExcluirFeitosa, a cassação será julgada ainda pelo TRE e, se for o caso, pelo TSE. São muitos os casos em que juízes eleitorais determinam a cassação de um prefeito e a corte superior derruba a decisão. E não compare o caso com o do Cássio "cassado". O ex-governador é um vagabundo que não faz nada na vida, a não ser twittar, viajar para os Estado Unidos, e fazer política. Pertence a uma família que deseja transformar as instituições públicas em propriedade particular. Veja o caso do TCE. É essa a "modernidade" que Ricardo Coutinho tem como referência? Como faz ver o professor Lúcio, o republicanismo de Ricardo é de fachada, pois ele foi (espero que para sempre) um prefeito que agiu como um coronel. No mais, ele aprendeu rápido com os Cunha Lima. Que ele sejam infelizes para sempre!
O crime eleitoral de Veneziano foi claro. Só não vê quem não quer.
ResponderExcluirÉ covardia postar comentários como "Anônimo". Meu nome é Gilson Marques Gondim, meu e-mail é gmg.sacocheio@gmail.com e meu site é www.multiplosuniversos.com.br
Nova pesquisa do Datafolha: Vantagem de Serra sobe para 10 pontos. Hehehe...
ResponderExcluirSem Ciro na disputa, vantagem de Serra sobe para 12 pontos: 42 a 30.
ResponderExcluirdeixa de ser babão
ResponderExcluirDeixa de ser Anônimo. Tem medo de quê?
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