quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Eleição de Charlinton e Lucélio mostra que o PT sabe aonde quer chegar; aliança com RC é rechaçada

Charlinton e Lucélio: vitória dos dois foi um recado para Luiz Couto
(e para RC) 
O PT é o assunto do momento na política paraibana. Seja porque o prefeito Luciano Cartaxo protagoniza uma disputa em várias frentes com o governador Ricardo Coutinho, seja porque acabou de realizar as eleições para a renovação de suas direções no estado e nos municípios, o PED (Processo de Eleições Diretas).

Esses dois acontecimentos tem injunções sobre as eleições que acontecerão no próximo ano. Os resultados do PED deixaram claras duas coisas. A primeira, a hegemonia incontestável dos grupos internos que hoje se colocam sob a liderança do prefeito Luciano Cartaxo. A segunda, como consequência da primeira, a consolidação do ocaso da liderança do deputado federal Luiz Couto, que terminou a disputa eleitoral amargando um surpreendente terceiro lugar com 19,20%, atrás do candidato das correntes mais à esquerda, Lenildo Moraes, que obteve 30,68%.

Em João Pessoa, seu antigo reduto, Couto foi também o terceiro colocado, com apenas 282 votos (11,8 %), novamente atrás de Moraes, que é vice-prefeito de Patos (14,7%). Charlinton Machado, o novo presidente estadual do PT, chegou a 50,13% no estado e 68,3% em João Pessoa. Enquanto isso, Lucélio Cartaxo, candidato a presidente municipal, obteve 81,7% dos votos em João Pessoa!

Esses resultados são um contundente recado à política que Luiz Couto empreendeu dentro e fora do PT nos últimos anos, assumindo o papel interno e externo nada edificante de correia de transmissão dos objetivos de grupos alheios ao partido. Luiz Couto desrespeitou sistematicamente a decisões da base partidária seguidamente, em 2010 e 2012. Nesse último caso, com maior gravidade porque o deputado petista preteriu o candidato do próprio partido ne eleição para prefeito de João Pessoa, preferindo apoiar a candidata apoiada pelo Governador Ricardo Coutinho, Estela Bezerra, do PSB.

E, mesmo depois do rompimento do PSB com a presidenta Dilma Rousseff e do anúncio oficial da candidatura de Eduardo Campos à Presidência, Couto insistiu em jogar o jogo dos adversários petistas, mantendo o apoio ao governo e defendendo a aliança com o PSB para 2014. Enfim, Luiz Couto semeou vento e colheu tempestade. E ela veio como um furacão a devastar o prestígio que tinha o deputado federal petista por três mandatos, e por muito tempo a principal liderança do partido no estado.

Como o irascível deputado não deu mostras até agora de que pretende romper com a política de apoio a RC, o mais provável é que ele seja expulso do PT, já que os resultados do PED foram claros o suficiente para desautorizar qualquer postura diversionista e contrária ao objetivos do partido.

Chegou a hora de Luiz Couto escolher.

Amanhã eu volto para tratar dos horizontes que continuam abertos para Lucélio Cartaxo.

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