quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O cavalo continua selado para Lucélio Cartaxo

Nomes imbatíveis para o Senado?
A vitória de Charlinton Machado nas eleições internas do PT, deixou claro pelo menos duas coisas a respeito da linha política que o partido deve assumir em 2014.

A primeira, é que foi afastada qualquer hipótese de apoio à reeleição do governador Ricardo Coutinho, hipótese que já era bastante improvável depois do lançamento da candidatura de Eduardo Campos à Presidência.

A segunda, a ideia de lançar um nome forte do partido para o Senado, parece amadurecer com rapidez, situação que era pouco discutida, pelo menos publicamente, antes da realização do PED.

E por que não para governador? A resposta óbvia decorre de uma constatação também óbvia: por enquanto, o PT não dispõe de nomes para enfrentar essa disputa com condições de vitória, e passou o tempo em que o partido de Lula lançava candidatos apenas para marcar posição.

Nacionalmente, o PT tem uma aliança para cuidar, uma eleição para vencer e uma hegemonia política a ser mantida. Na Paraíba, tem o prestígio político a zelar depois que venceu as eleições em João Pessoa, no ano passado.

A maior liderança do PT, hoje, está em gestação e depende dos resultados do trabalho que realiza à frente da Prefeitura de João Pessoa para se credenciar para voos mais altos. Luciano Cartaxo se prepara apenas para ser um poderoso eleitor em 2014.

Além disso, a direção nacional do PT trabalha desde 2010 para ampliar sua força no Senado, cujo tamanho da bancada é, depois de 11 anos no poder, uma espécie de Calcanhar de Aquiles do partido na relação com as outras forças políticas. Eleger senadores será, mais do que antes, uma das prioridades petistas em 2014.  

Por isso, o PT não deve reivindicar a vaga de governador. E, para o Senado, Lucélio Cartaxo, o atual superintendente da CBTU, parece ser o nome que reúne as melhores condições de unir o PT e projetar o partido para uma disputa em condições de vitória, num quadro político que se apresenta muito favorável.

Os grandes nomes da política paraibana não disputarão essa única vaga para o Senado: Cássio, Veneziano, Ricardo Coutinho, Vital do Rego Filho e José Maranhão estão, por razões diversas, fora do páreo: Cásio e Vital, por já serem senador, Veneziano e RC, por postularem o governo, e Maranhão, para facilitar as composições para a chapa majoritária do PMDB.

Restam Cícero Lucena ou Ruy Carneiro, pelo PSDB, Rômulo Gouveia, pelo PSD, Wilson Santiago, pelo PTB, e Wellington Roberto, pelo PR. Desses, dependendo das chapas majoritárias, no máximo dois se lançarão.

Observando esses nomes, torna-se imperioso constatar que hoje a disputa para o Senado está aberto, já que, diferentemente de eleições senatoriais do passado, não haverá favoritos. Há um imenso vácuo político a ser preenchido. E pode ser que essa situação não se repita no futuro.

Em julho, numa das colunas que escrevi para o Jornal da Paraíba, em substituição provisória a Rubens Nóbrega (“Senado: o cavalo selado” clique aqui para ler), tratei pela primeira vez dessa questão dessa maneira:

“(...) Lucélio carrega um atributo muito valorizado, hoje, nos políticos: a juventude, fato que ajudou muito na vitória do outro Cartaxo na eleição para prefeito de João Pessoa.

Lucélio Cartaxo, que ensaia hoje uma candidatura a deputado federal, talvez não tenha percebido o vácuo eleitoral que representará, em 2014, a ausência de candidatos que sejam capazes de preencher essa imensa sensação de rejeição a tudo que lembre a velha política, que esperneia a todo custo para se manter viva. Cícero Lucena, Rômulo Gouveia, Wilson Santiago, Aguinaldo Ribeiro, potenciais candidatos ao Senado, são reminiscências desse passado que o povo furioso nas ruas quis, e continua querendo, superar.”

Enfim, Lucélio Cartaxo talvez seja o único candidato hoje capaz de se apresentar e falar a esse eleitorado desejoso de mudança e de novas lideranças. E esse eleitorado, mais do que a juventude de um rosto, precisa de um discurso, de um projeto que expresse esse desejo de mudança na política, fenômeno que já observamos com toda força acontecer em 2010.

“Ousar lutar, ousar vencer”, repetiria Mao Tsé-Tung ao PT paraibano, hoje. E, pensando bem, não foi exatamente essa ousadia que levou Luciano Cartaxo à Prefeitura de João Pessoa?

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