sexta-feira, 12 de março de 2010

Pesquisa Consult-Correio: Ricardo Coutinho está no páreo‏

Apesar das comemorações dos maranhistas com os resultados da pesquisa Consult-Correio não custa nada lembrar que o jogo está apenas começando. Por outro lado, mais do que criticar a pesquisa, ou desdenhar dela, os ricardistas deveriam comemorar o fato de Ricardo Coutinho, um político relativamente desconhecido no resto do estado, atingir uma percentagem de indicações de quase 33%.

Trata-se de um considerável suporte que permite ao atual prefeito de João Pessoa iniciar uma campanha que, acredito que ninguém desconhece esse fato, será dura e difícil, pois Coutinho vai enfrentar uma união de duas máquinas poderosíssimas: a administrativa (especialmente a estadual, mas também a federal que o PMDB e o PT controlam na Paraíba, e as das principais prefeituras do estado) e a partidária, especialmente a do PMDB. O racha no PT, infelizmente, enfraquece o partido e diminui sua importância eleitoral. A força do PT paraibano é reflexo mais da força que o partido construiu no resto do país do que a que ele tem no estado. E dividido então...


E por que o resultado da pesquisa não é de todo mal para Ricardo Coutinho?

Primeiro, porque ele enfrenta um candidato muito mais conhecido, que já foi governador do estado, participou do último pleito e, mesmo derrotado, obteve um inquestionável bom desempenho, quando foi derrotado por uma margem mínima de votos, e nas circunstâncias que todos nós conhecemos. Além disso, José Maranhão se encontrar no exercício do cargo de governador, com uma poderosa estrutura de comunicação que só agora começa a funcionar para divulgar as ações de governo.

Por outro lado, o nome de Coutinho ainda é relativamente desconhecido da maioria dos paraibanos, que sabe dele de "ouvir falar", ou seja, superficialmente.
E um conhecimento maior do atual prefeito de João Pessoa esses eleitores só poderão ter quando a campanha de TV começar. Mesmo os que o conhecem mais de perto, como os que residem na região metropolitana de João Pessoa, onde o prefeito pessoense necessita colocar uma grande vantagem sobre José Maranhão, na medida em que a eleição se aproxima e o debate se torna mais acirrado, podem voltar a optar de maneira mais massiva pelo futuro candidato do PSB.

O grande desafio de Coutinho será convencer esse eleitor que o julgamento de sua administração é mais relevante que as alianças que ele fez com antigos adversários políticos, que são também tradicionalmente rejeitados pelo eleitorado pessoense, e que essas alianças não vão interferir na sua futura administração. E a TV certamente - e mais uma vez - jogará relevante papel nisso.


Segundo, é bom não deixar de mencionar, Coutinho enfrentou nos últimos meses um impiedoso bombardeio, exatamente por conta das alianças que fez - inclusive partindo deste blog, - o que ajudou a expor as dificuldades de uma aliança que é claramente inconsistente, especialmente por conta das trajetórias dos novos aliados.

Não bastasse isso, Coutinho vem perdendo importantes aliados como o PTB e ainda não pode contar com o PSDB, cuja sigla vive a indefinição se terá ou não um candidato competitivo para presidente. E se José Serra aceitar a indicação se fortalecem as chances de Cícero Lucena ser o candidato do partido, o que não é necessariamente um fato negativo, pois assegura a existência de um segundo turno, que é uma nova eleição e um momento (curto) de rearrumamento de forças. A não ser que Coutinho resolva apoiar José Serra, o que eu acho improvável: seria um suicídio político e eleitoral.

Entretanto, mesmo com todas essas dificuldades e limitações, o prefeito de João Pessoa conseguiu superar os 30% dos votos, o que demonstra a força inquestionável de sua candidatura. Em suma, em meio a todos esse percalços esses mais de 30% atribuídos a Coutinho devem, ao contrário de parecer um desastre - só os ricardistas acreditavam que a eleição já estava ganha e que derrotariam José Maranhão com relativa facilidade, - devem ser lidos como um poderoso ponto de partida, um espólio que só a campanha poderá dizer se será ampliado ou não. Acho que dificilmente Ricardo Coutinho baixa desse patamar. Além de tudo, uma diferença de 7,5%, como demonstram as últimas pesquisas para presidente, mesmo desconsiderando a margem de erro, são insignificantes, principalmente a 7 meses da eleição.

São esses os únicos dados que a pesquisa Consult-Correio consegue mostrar nesse momento: que Ricardo Coutinho será um candidato respeitável e que José Maranhão está, por ora, vencendo o embate político.

Fora isso, os maranhistas fazem o que tem que fazer: comemoram e propalam sua vitória como inevitável. Aos ricardistas, cabe reafirmar que a campanha está só começando. E que seu candidato está no páreo.

3 comentários:

  1. ISSO É INQUESTIONÁVEL, POIS CASSIN TEM DADO TODO O APOIO INFORMAL A RUINCARDO, E COM ISSO ELE TEVE ALGUNS PONTOS DE MEDIA, MAS VAMOS VER O DESENROLAR DE CICERO, QUANDO CASSIN NAO PODERÁ DAR MAIS APOIO PELA LEGISLAÇAO, AI VAMOS VER COMO FICA RUINCARDO.
    SUA ANALISE É BEM COERENTE, OS MARANHISTAS SABEM QUE SE VENEZIANO NAO SE DECIDIR PELO SENADO, FICA MAIS COMPLICADO, MAS NADA QUE A ESPERTEZA DA RAPOSA VELHA, CHAMADA MARANHAO NAO SAIBA CONTORNAR, POIS VEMOS ESTE ATE MUDANDO POSIÇOES DE PARTIDO COMO O PTB, DE ABILIO. MARANHAO TAMBEM MOSTRA SERVIÇO, O MESTRE DE OBRAS ESTÁ AI FAZENDO AS COISAS, SO NAO VER QEUM NAO QUER.
    NO ENTANTO, A ALIANÇA DE RUINCARDO COM EFRARUIN E CASSADIO, NAO PEGOU BEM, A INCOERENCIA FOI TOTAL E O POVO DE JOAO PESSOA NAO APROVA ISSO, FAMILIAS INTEIRAS NAO VOTAM NESSA COLIGAÇAO, DO DEMO.

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  2. Essa estória de que Ricardo é desconhecido é balela. Sou do interior e todo mundo já sabe sobre Ricardo: É o prefeito que mudou João Pessoa. E olha que sou do interior paraibano. A internet, a TV, rádios...o mundo é globalizado esqueceram!?

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  3. Muita água ainda vai rolar debaixo dessa ponte. Eu acredito que os números referentes a João Pessoa ainda estão a quem em relação a Ricardo. De qualquer forma, acho, que Ricardo ganha mais do que perde com Cássio, agora com Efraim, não tenho qualquer dúvida que ele só perde. Ricardo vai perder muito tempo em justificar esse apoio do DEM, o que é ruim, já que ele perde momentos preciosos para mostrar projetos. Sem mandato dentro de 2 anos, Ricardo não tem muita opção e para não ficar desempregado, tem que ousar agora. Realmente a diferença é pequena, isso pode ser diluida durante a campanha, principalmente na reta final, quando os eleitores decidem enfim, em quem votar.
    Há dúvidas dentro do eleitorado? Com certeza, e eu sou um dos que tem dúvida em quem votar. Não aceito o gelo que Maranhão dar ao PT e nem engulo a aliança com o DEM, já que é o partido mais corrupto do Brasil e que faz oposição ao Governo Lula sem nenhuma responsabilidade.
    A sorte está lançada e que vença o melhor, ou o que melhor se apresentar ao eleitorado, apesar das caras feias de Ricardo e Maranhão.

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