segunda-feira, 3 de maio de 2010

SEM TER O QUE DIZER AO ELEITORADO, CAMPANHA DO PSDB CONTINUA (A)FUNDADA NA MENTIRA


Temos afirmado com insistência neste blog que a campanha presidencial de 2010 será uma espécie de tudo ou nada para a oposição ao Governo Lula e a principal arma, ao que parece, será o vale-tudo.

Mas, se observamos bem, é compreensível o uso dessa tática eleitoral. Afinal, esse desespero é conseqüência dos quase 8 anos de inúteis esforços para sabotar o governo, quando não das puras tentativas de derrubá-lo, que relembrou o velho golpismo das elites conservadoras brasileiras antes de 1964.

E tudo isso com a participação e o envolvimento direto da grande imprensa do Centro-Sul do país, que se tornou um verdadeiro partido de oposição ao governo Lula, pois foi (e é) ela quem, o tempo todo, pautou e continua a pautar o PSDB e o DEM.

E mesmo com a explícita e criminosa associação entre partidos de direita e o grande oligopólio da informação, o que se viu foi, entretanto, um persistente e crescente crescimento dos índices de aprovação à gestão Lula da Silva. Sob o fogo cerrado de TVs, jornais, rádios, portais de notícias e blogs na internet, Lula fazia o Brasil crescer e, junto com ele, o imenso prestígio que ele detém junto ao eleitorado.

Talvez em nenhum lugar do mundo um presidente termine o seu mandato, depois de 8 anos de governo, com uma aprovação superior a que ele obtivera no início do mandato. E esse é um fenômeno que não se deve, é claro, apenas à capacidade de comunicação de Lula, como tenta fazer crer as análises da oposição, num outro erro que a levará a cair no precipício, já que ela se encontra muito próximo dele.

Incapaz de reconhecer os acertos da política econômica lulista, a oposição prefere acreditar que a popularidade do atual presidente se deve apenas ao poder carismático do presidente, o que, diga-se de passagem, é uma outra maneira de tripudiar do seu povo, desmerecendo agora sua inteligência. Mas, o buraco é mais embaixo e a superficialidade dessa explicação não resiste a uma simples olhada nos números que mostram o desempenho econômico e social dos dois últimos governos.

E o ponto mais importante e que é um marco a separar o PT do PSDB, e que sintetiza as diferenças principais entre os governos Lula e FHC, é a retomada da capacidade de regulação e investimento do Estado na economia, promovida desde 2003 sob a liderança do presidente Lula e sob coordenação de sua ex-Ministra-Chefe da Casa Civil. É isso, inquestionavelmente, o que separa o Brasil de Lula do de FHC e dos sucessos de um e do desastre econômico e social do outro.

Ou seja, a oposição prefere acreditar em Saci-Pererê a reconhecer o que constitui a base do sucesso de Lula no eleitorado, que são os acertos das decisões econômicas tomadas nos últimos 88 meses, muitas das quais no sentido inverso das decisões tomadas pelos tucanos no poder, especialmente aquelas referentes ao enfrentamento da crise econômica de 2008-2009. Aliás, não custa registrar, a mais grave ocorrida no capitalismo desde 1929.

As crises que aconteceram durante o governo FHC - Máxico (!), Rússia-Coréia-Japão - podem ser consideradas "fichinha" se comparadas à crise de 2008. Assim como a crise de 1929, a de 2008 também começou nos EUA, que continua a ser centro cíclico da economia mundial, isso desde a década de 1920, e que arrastou, assim como também aconteceu em 1929, o mundo inteiro para uma crise mundial, especialmente as principais economias mundiais (EUA, Europa e Japão), que ainda hoje sentem os seus efeitos.

Com uma diferença: os impactos financeiros da crise de 2008 foram muitas vezes superiores à crise de 1929 e, não fosse a ação do Estado, que os tucanos tanto desprezam, talvez o mundo tivesse entrado em colapso. Vejam, por exemplo, a violência da crise sobre a Grécia atualmente e, mais significativamente, as imposições feitas pela Comunidade Européia e FMI para aprovar a ajuda financeira àquele país. Excluídos os conflitos de rua, a Grécia de hoje parece o Brasil de FHC.

Vejam no vídeo abaixo as previsões "catastróficas" de José Serra sobre os impactos dessa crise. Serra só esqueceu de citar que Lula não era FHC.



As mentiras contra Lula e Dilma Rousseff

É esse o real motivo das atitudes da oposição, que deseja a todo custo deslocar o debate para outro campo que não o da comparação dos governos e dos projetos por eles implementados. Por isso, nem o PT nem Dilma vão cair nessa armadilha. Desorientada, sem poder enfrentar o debate político real de maneira aberta, a oposição atira para todos os lados, na esperança de que uma dessas balas lhes dê algum discurso. Qualquer um.

Uma delas é a que tenta colar em Dilma Rousseff a pecha de "mentirosa" para incutir no eleitor a dúvida e a desconfiança sobre sua personalidade política. Lembram do depoimento que Rousseff deu em uma das comissões do Congresso, quando o senador José Agripino Maia (logo quem!) tentou, sem pensar muito na barbaridade que dizia, reforçar esse imagem insinuando que Dilma mentira para os agente do Estado militar que a torturaram? Confiram abaixo.



Só que há um detalhe nessa história: ninguém mentiu tanto nesses quase 8 anos de governo Lula quanto a oposição e a imprensa que lhe apóia. Em seguidos atos que tinham por objetivo, através de mentiras deslavadas, a oposição e a grande imprensa tentaram atacar Lula e sua candidata, Dilma Rousseff, tentando trazê-la para o centro de crises artificialmente construídas. Só para refrescar a memória, listamos abaixo alguns casos de maior destaque.

Primeiro, o caso da ficha falsa, que já fizemos referência neste blog, quando foi dado destaque a uma montagem sobre uma ficha que continha uma lista de supostas ações de Dilma Rousseff antes de ser presa e torturada pela ditadura (clique aqui) , com destaque para o jornalismo "investigativo" da Folha de São Paulo, que a publicou. Leia mais clicando aqui.

Depois, veio o caso do "grampo" contra o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, denunciado pela Revista Veja, que publicou um diálogo entre Mendes e o senador... Demóstenes Torres, destacado líder da oposição no Senado.

Nem as várias investigações, inclusive de uma CPI, encontraram nada de concreto para sustentar a "denúncia" contra o "Estado policial", cujo maior defensor da sua existência foi o próprio Gilmar Mendes, ministro do STF por obra e graça de FHC, que foi outro líder informal da oposição. E nem a Veja, tão preocupada em preservar as instituições "republicanas" brasileiras, entregou a gravação a que disse ter tido acesso. Como disse Paulo Henrique Amorim, à época, foi o primeiro caso de um grampo sem áudio. Clique aqui para ler mais sobre o caso.

Não custa lembrar que, nesse caso, a tentativa tinha clara intenção de desviar o foco da Operação Satiagraha, que prendera Daniel Dantas, banqueiro associado ao PSDB e que enriquecera durante as privatizações realizadas no governo FHC, a quem Gilmar Mendes, num ato inédito na justiça brasileira, concedera dois habeas-corpus para soltá-lo da prisão, quando o banqueiro ameaçava abrir a boca e contar tudo.

Em seguida, veio o caso de Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal, que afirmou, sem apresentar nenhuma prova – a não ser uma agenda (dela própria!) que continha o registro e que nunca apareceu, – ter tido um encontro "secreto" com Dilma Rousseff. Na ocasião, a ex-ministra teria lhe pedido, como se fosse possível, apressar um inquérito de uma investigação da Receita sobre um dos filhos do senador José Sarney.

Lina Vieira ganhou generosas manchetes do PIG, que, em nenhum momento sequer, colocou em dúvida a palavra e os vínculos da "denunciante", por acaso, esposa de um ex-ministro de FHC. (Clique aqui). Esquecido esse caso, veio outro, e outro, e outro...

O último caso diz respeito a um texto que teria sido escrito pela apresentadora e atriz Marília Gabriela. Plantado pela rede de mentiras que a campanha de José Serra criou na internet, a "notícia" foi logo reproduzida pelos ansiosos "militantes virtuais" de sua campanha através de mensagens eletrônicas, como a que eu mesmo recebi de uma amiga cujo título era "MARÍLIA GABRIELA ESCREVEU SOBRE A DILMA ROUSSEFF (LEIA E DIVULGUE)" e que começava assim: "VOU CONFESSAR: Morro de medo de Dilma Rousseff . Esse governo tem muitos acertos, mas a roubalheira do governo do PT e o cinismo descarado de LULA em dizer que não sabia de nada nos mete medo."

Não sei porque, mas acho já vi e ouvi isso em algum lugar... Regina Duarte II, a missão para salvar Serra? O e-mail ganhou logo destaque na página de um dos deputados do DEM da Bahia, José Carlos Aleluia (veja abaixo).

O problema é que, mais uma vez, era mentira. Procurada pelo Terra Magazine, Marília Gabriela desmentiu de maneira enfática o texto. Segundo o site de notícias, "a jornalista e apresentadora Marília Gabriela está indignada com a divulgação de um texto - falsamente atribuído a ela - contra a pré-candidata à presidência, Dilma Rousseff (PT). "Não tem nada a ver comigo", diz a Terra Magazine, por telefone. Marília decidiu procurar assistência jurídica, nesta terça-feira, depois de ver o pseudo-libelo antipetista ser reproduzido pelo site do deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA), que apóia a candidatura de José Serra (PSDB). "O próximo passo é procurar meus advogados". [...] Clique aqui para ir ao Terra Magazine e ler a matéria completa.

Para piorar a situação, o texto atribuído a Marília Gabriela, na realidade, foi escrito (e adulterado) pela colunista da Folha de São Paulo Danuza Leão. (clique aqui para conferir)

O envolvimento da apresentadora e atriz Marília Gabriela nesse caso me fez lembrar a campanha dos 45 anos da Rede Globo, lançada, não por acaso, após o lançamento da candidatura de Serra. O slogan a gente faz sempre mais lembrava o slogan lançado por José Serra dias antes, o Brasil pode mais.

Com a coincidência (?) do 45, que inevitavelmente lembrava, num ano de eleição, o número do PSDB e de seu candidato a presidente. Colocado no ar e percebida as "coincidências", muitos atores que participaram do comercial protestaram, alguns ameaçando denunciar a armação, ele foi retirado do ar. (clique aqui para saber os detalhes dessa história e veja o vídeo abaixo que foi retirado do ar.


Fatos dessa natureza apenas confirmam uma oposição sem discurso e sem projeto. Quando a mentira se torna a principal arma de uma candidatura, fica claro os seus limites, suas intenções e, principalmente, até que ponto um agrupamento político está disposto a ir para vencer essa eleição.

Para fechar essa história que, obviamente, não acaba aqui, talvez o PSDB estivesse olhando para o espelho quando criou a página "Gente que mente", com ataques à Dilma Rousseff, e a "linkou" na página do partido na internet. Um ato preventivo de defesa ou um ato falho? Freud explica. E o desespero político também.

2 comentários:

  1. Christiano Almeida4 de maio de 2010 às 22:20

    É a minha segunda 'investida' em seu sítio. Acho-o ponderado, e, copiando o Rubens Nóbrega, você se posta tal qual você pensa e é: Um esquerdista. Ponto. Em linhas breves seria Pt. Mas minha intervenção aponta no sentido de convergir em gênero, número e grau ao exposto. Por outro lado e voltando a assunto em tela, digo:
    A campanha difamatória a cada dia torna-se mais acintosa - não nos canais televisivos, mas sim, na internet, nos blogs, twiter, e outros. Há meses, e tenho certeza que o Sr. já percebeu, a GLOBO bate na tecla do caos na saúde, segurança pública, educação e outros menos em alguns Estados da Federação. Coincidência ou não são Estados administados por aliados do Governo atual e que, seletivamente, mais aparecem. Quais sejam: Pará - Governo do PT -, Maranhão - aliado de Lula - e a Bahia - o atual governador derrotou de uma só vez: ACM, o DEM, parte do PMDB, a Globo, e a maior concentração de direita política do País. Que todos estes problemas existem nos demais estados da federação isto é fato. O que não concordo é que selecionam alguns para "Judas" em detrimento de outros. Por fim, e para que não fique enfadonha a minha intervenção, a situação posta pelo PIG é àquela em que o senador pergunta para o governador de seu estado, o prefeito de sua cidade de origem e os seus correligionários: por que não atacam o ou os defeito(s) deste homem? Ouviu como resposta: Ele não os tem. De pronto disse: INVENTEM-NOS, ORA POIS!

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  2. Só tem comentários sobre a oposição?
    Faça comentários sem defender A ou B, ai eu acredito.

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