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Lula voltará à Paraíba em 2014 para pedir votos para o PT |
Ontem, abordamos aqui a
conversa que tivemos com o Prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo. Como a
pauta das questões administrativas se prolongou muito e tomou todo o espaço da
coluna, deixei para hoje as questões políticas. Vamos a elas.
Nadja Palitot e o “blocão”
Para Cartaxo, a questão que
dominará os debates das eleições de 2014 será novamente a da renovação política
e nesse ponto a candidata lançada pelo PT ao governo, Nadja Palitot, sai em
vantagem em relação aos candidatos lançados.
Para o prefeito, o debate não será
apenas entre os candidatos, mas entre as ideias, os projetos de governo e,
principalmente, das novas formas de fazer política.
“O povo rejeitou o
tradicionalismo, mas rejeita também a centralização e a falta de diálogo que prevalece
hoje no governo estadual. Se o ‘novo’ prometido é isso aí...”
O principal desafio para
ele será conservar e ampliar a política de alianças, o que significa manter unido
o “blocão” (PT, PP e PSC) e ampliá-lo com a incorporação de novos partidos,
como o PEN e o PTB.
Questionado sobre se isso acontecerá antes da definição a
respeito da candidatura do Senador Cássio Cunha Lima, Luciano considerou que
acha improvável, porque cada partido vai esperar o quanto puder para decidir no
melhor momento. “Mas, vamos manter o diálogo.”
Quanto ao lançamento da candidatura
de Leonardo Gadelha ao governo, o Prefeito de João Pessoa não vê problemas.
Para ele, é melhor ter duas candidaturas do que não ter nenhuma.
“Antes, o ‘blocão’
era criticado por alguns porque não tinha nenhum candidato. Hoje, criticam
porque tem dois. Vá entender”.
Para ele, foi importante o PT tomar a iniciativa
diante do vácuo que representava esse forte agrupamento de partidos, com grandes
lideranças estaduais e o maior tempo de televisão, não ter ainda um candidato.
Para
Cartaxo, essa é a nova cara que o PT adquiriu, é o “protagonismo” em ação.
Cássio, Veneziano e Lula no palanque do PT
Sobre a possibilidade de
uma aliança com dois dos possíveis candidatos, Cássio Cunha Lima e Veneziano
Vital, Cartaxo não deixou dúvidas a respeito da posição do PT.
Sobre Cássio, há
restrições de várias ordens à candidatura do senador tucano. A principal delas
está relacionada à eleição presidencial, já que PT e PSDB terão candidatos
próprios à presidência, e isso é um imenso dificultador.
Sem falar no
antagonismo histórico entre as duas legendas. Cartaxo lembrou que não basta a
vontade das lideranças petistas para definir com quem o PT deve ou não se aliar.
E, além de existir uma orientação nacional contrária a alianças com o PSDB nos
estados, não existe nem disposição das lideranças nem muito menos da militância
para uma aliança com os tucanos na Paraíba.
Quanto a Veneziano
Vital, Cartaxo adverte que qualquer conversa tem que passar pela executiva
estadual do partido na Paraíba, não adiantando, qualquer articulação “por cima”
do PMDB.
“Se Veneziano quer dialogar com o PT tem que procurá-lo aqui na
Paraíba.”
Cartaxo deixou nítido que as feridas abertas durante as eleições de
2012, em Campina Grande, ainda não foram totalmente saradas.
“Aquela
experiência foi péssima para todo o mundo e o melhor para o PMDB é não tentar
repeti-la em 2014. O PT decidirá a partir dos seus objetivos eleitorais, e não
dos objetivos dos outros”.
Cartaxo revelou ainda
que Lula virá à Paraíba fazer campanha e subirá exclusivamente no palanque do
PT. “Lula não será candidato e, portanto, estará livre para fortalecer o PT nas
próximas eleições.
Dilma, não. A presidenta será candidata de uma coligação e
por isso deve ir a todos os palanques que a apoiarem aqui na Paraíba.”
Sobre a relação com Luciano Agra
Questionado a respeito
de como anda a relação política com o ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Agra,
Cartaxo foi enfático em dizer que não existe nenhum tipo de estremecimento.
“Há
diálogo com Agra e ele tem participado da avaliação da administração. Agora, o
dia-a-dia do governo é uma atribuição minha, é minha responsabilidade. Os erros
cometidos serão cobrados a mim”.
Cartaxo enfatizou que toda administração tem
uma dinâmica própria e todos os secretários são avaliados permanentemente. “E se
eu avaliar que é preciso mudar, seja quem for, eu farei isso, ainda que não sejam
decisões fáceis”.
Ele citou como exemplo mudança na Secretaria de Comunicação. “Foi
muito difícil para mim. Marcos Alves é uma pessoa que eu prezo muito.
Felizmente, isso foi feito sem muitos traumas”.
Ainda a respeito de
Agra, Cartaxo fez questão de lembrar que, se dependesse dele, o ex-prefeito
estaria filiado ao PT.
“A Direção Nacional fez o convite e nós aqui na Paraíba
insistimos muito para que ele se filiasse. Agra consultou seu grupo e resolveu entrar
no PEN.”
Questionado sobre as motivações, o prefeito considera que o fator que
mais pesou tenha sido a possibilidade de uma composição de Agra com Cássio, o
que seria inviável em caso de filiação ao PT.
“Mesmo assim, a nossa disposição
é manter a aliança.”
Sobre Raoni Mendes
Luciano Cartaxo
considera que o motivo alegado pelo Vereador do PDT, Raoni Mendes, para o rompimento
com a base aliada do Prefeito na Câmara é pequeno demais para justificar uma
atitude de rompimento.
“Veja, eu passei 12 anos na Câmara de Vereadores.
Durante esse período eu tive projetos vetados ou proposituras de minha autoria alteradas.
Isso faz parte do dia-a-dia do legislativo.”
Cartaxo lembra que partiu da Procuradoria
do Município a mudança na lei, já que era inconstitucional. Questionado sobre quais
as reais motivações de Raoni Mendes, Cartaxo respondeu que só o tempo dirá.
“Não
sei se ele vai se incorporar à base ricardista na Câmara. Se isso acontecer,
ele estará negando tudo o que ele disse durante a campanha de 2012.”
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