segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Luciano Cartaxo e 2014

Lula voltará à Paraíba em 2014 para pedir votos para o PT
Ontem, abordamos aqui a conversa que tivemos com o Prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo. Como a pauta das questões administrativas se prolongou muito e tomou todo o espaço da coluna, deixei para hoje as questões políticas. Vamos a elas.

Nadja Palitot e o “blocão”

Para Cartaxo, a questão que dominará os debates das eleições de 2014 será novamente a da renovação política e nesse ponto a candidata lançada pelo PT ao governo, Nadja Palitot, sai em vantagem em relação aos candidatos lançados. 

Para o prefeito, o debate não será apenas entre os candidatos, mas entre as ideias, os projetos de governo e, principalmente, das novas formas de fazer política. 

“O povo rejeitou o tradicionalismo, mas rejeita também a centralização e a falta de diálogo que prevalece hoje no governo estadual. Se o ‘novo’ prometido é isso aí...”

O principal desafio para ele será conservar e ampliar a política de alianças, o que significa manter unido o “blocão” (PT, PP e PSC) e ampliá-lo com a incorporação de novos partidos, como o PEN e o PTB. 

Questionado sobre se isso acontecerá antes da definição a respeito da candidatura do Senador Cássio Cunha Lima, Luciano considerou que acha improvável, porque cada partido vai esperar o quanto puder para decidir no melhor momento. “Mas, vamos manter o diálogo.”

Quanto ao lançamento da candidatura de Leonardo Gadelha ao governo, o Prefeito de João Pessoa não vê problemas. Para ele, é melhor ter duas candidaturas do que não ter nenhuma. 

“Antes, o ‘blocão’ era criticado por alguns porque não tinha nenhum candidato. Hoje, criticam porque tem dois. Vá entender”. 

Para ele, foi importante o PT tomar a iniciativa diante do vácuo que representava esse forte agrupamento de partidos, com grandes lideranças estaduais e o maior tempo de televisão, não ter ainda um candidato. 

Para Cartaxo, essa é a nova cara que o PT adquiriu, é o “protagonismo” em ação.

Cássio, Veneziano e Lula no palanque do PT
Sobre a possibilidade de uma aliança com dois dos possíveis candidatos, Cássio Cunha Lima e Veneziano Vital, Cartaxo não deixou dúvidas a respeito da posição do PT. 

Sobre Cássio, há restrições de várias ordens à candidatura do senador tucano. A principal delas está relacionada à eleição presidencial, já que PT e PSDB terão candidatos próprios à presidência, e isso é um imenso dificultador. 

Sem falar no antagonismo histórico entre as duas legendas. Cartaxo lembrou que não basta a vontade das lideranças petistas para definir com quem o PT deve ou não se aliar. 

E, além de existir uma orientação nacional contrária a alianças com o PSDB nos estados, não existe nem disposição das lideranças nem muito menos da militância para uma aliança com os tucanos na Paraíba.

Quanto a Veneziano Vital, Cartaxo adverte que qualquer conversa tem que passar pela executiva estadual do partido na Paraíba, não adiantando, qualquer articulação “por cima” do PMDB. 

“Se Veneziano quer dialogar com o PT tem que procurá-lo aqui na Paraíba.” 

Cartaxo deixou nítido que as feridas abertas durante as eleições de 2012, em Campina Grande, ainda não foram totalmente saradas. 

“Aquela experiência foi péssima para todo o mundo e o melhor para o PMDB é não tentar repeti-la em 2014. O PT decidirá a partir dos seus objetivos eleitorais, e não dos objetivos dos outros”.

Cartaxo revelou ainda que Lula virá à Paraíba fazer campanha e subirá exclusivamente no palanque do PT. “Lula não será candidato e, portanto, estará livre para fortalecer o PT nas próximas eleições. 

Dilma, não. A presidenta será candidata de uma coligação e por isso deve ir a todos os palanques que a apoiarem aqui na Paraíba.”

Sobre a relação com Luciano Agra

Questionado a respeito de como anda a relação política com o ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, Cartaxo foi enfático em dizer que não existe nenhum tipo de estremecimento. 

“Há diálogo com Agra e ele tem participado da avaliação da administração. Agora, o dia-a-dia do governo é uma atribuição minha, é minha responsabilidade. Os erros cometidos serão cobrados a mim”. 

Cartaxo enfatizou que toda administração tem uma dinâmica própria e todos os secretários são avaliados permanentemente. “E se eu avaliar que é preciso mudar, seja quem for, eu farei isso, ainda que não sejam decisões fáceis”. 

Ele citou como exemplo mudança na Secretaria de Comunicação. “Foi muito difícil para mim. Marcos Alves é uma pessoa que eu prezo muito. Felizmente, isso foi feito sem muitos traumas”.

Ainda a respeito de Agra, Cartaxo fez questão de lembrar que, se dependesse dele, o ex-prefeito estaria filiado ao PT. 

“A Direção Nacional fez o convite e nós aqui na Paraíba insistimos muito para que ele se filiasse. Agra consultou seu grupo e resolveu entrar no PEN.” 

Questionado sobre as motivações, o prefeito considera que o fator que mais pesou tenha sido a possibilidade de uma composição de Agra com Cássio, o que seria inviável em caso de filiação ao PT. 

“Mesmo assim, a nossa disposição é manter a aliança.”

Sobre Raoni Mendes


Luciano Cartaxo considera que o motivo alegado pelo Vereador do PDT, Raoni Mendes, para o rompimento com a base aliada do Prefeito na Câmara é pequeno demais para justificar uma atitude de rompimento. 

“Veja, eu passei 12 anos na Câmara de Vereadores. Durante esse período eu tive projetos vetados ou proposituras de minha autoria alteradas. Isso faz parte do dia-a-dia do legislativo.” 

Cartaxo lembra que partiu da Procuradoria do Município a mudança na lei, já que era inconstitucional. Questionado sobre quais as reais motivações de Raoni Mendes, Cartaxo respondeu que só o tempo dirá. 

“Não sei se ele vai se incorporar à base ricardista na Câmara. Se isso acontecer, ele estará negando tudo o que ele disse durante a campanha de 2012.” 

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