Ontem, depois da
assinatura da ordem de serviço para o início da construção de mais um Unidade
de Pronto Atendimento (UPA), agora no bairro de Cruz das Armas, o Prefeito de
João Pessoa, Luciano Cartaxo, me recebeu para um bate-papo, nos moldes do que
eu tive com Nonato Bandeira, o vice. “Acabei de chegar de Cruz das Armas.
Essa
é a segunda UPA que iniciamos a construção. A do Valentina pretendemos
inaugurar em março e, até o fim do ano, devemos começar a do Geisel. E já
conseguimos mais uma, que deve atender ao bairro dos Bancários”, disse um
entusiasmado Prefeito ao me receber na porta do seu gabinete.
Para não quebrar
o entusiasmo do Prefeito, decidi não iniciar a conversa pelas questões
políticas e mantivemos a conversa na área administrativa.
As primeiras realizações
Além da construção das
UPAS, Cartaxo fez questão de dar destaque às obras que estão em andamento,
algumas, segundo ele, de largo alcance social. “Nós temos hoje 12 creches em
construção. Municipalizamos todas as creches do estado que funcionavam dentro do
município de João Pessoa.”
O prefeito pessoense mencionou outra ação que ele
considera de grande relevância: o passe-livre para os estudantes da Rede
Municipal, uma reivindicação histórica do movimento estudantil. “Enquanto no
resto do país os estudantes iam às ruas reivindicar o passe-livre, em João
Pessoa isso já não era mais necessário.”
Comparações
Na área da mobilidade
urbana, Cartaxo considera que o primeiro ano de sua gestão fez mais realizações
do que nos oito anos em que Ricardo Coutinho governou a cidade e o estado. Nesse
tempo, muita coisa poderia ter sido feita.
“Veja o caso do Viaduto do Cristo. Ricardo
nada fez para melhorar o transito daquele lugar, que estava virando um caos. Em
menos de um ano, viabilizamos uma solução que acabou com aquele gargalo. Além disso,
pavimentamos a orla, estamos duplicando a avenida que corta o bairro do
Altiplano e investimos pesado em iluminação. A cidade já nota a diferença.”
Para Luciano Cartaxo, Ricardo
Coutinho não governa olhando para o longo prazo, faltando as suas
administrações uma visão estratégica.
“Muita coisa deixou de ser feita sob o
argumento de que a realização de obras impediam. Eu cito um exemplo: o FENART,
que há três anos não acontece na Paraíba. Foi a economia com a não realização
desse importante festival que o governo financiou a reforma do Espaço Cultural.”
Uma outra característica que Cartaxo identifica no modo ricardista de governar
é o esforço que ele faz de desvalorizar o passado, especialmente o que os
governos anteriores fizeram.
“E é bom não esquecer que as principais obras do
governo atual se iniciaram em governos passados: pavimentação de estradas e
Centro de Convenções são exemplos disso”.
Um caso emblemático dessa postura foi
o do Rodoshopping, de Caldas Brandão.
“Sob o argumento de que estava oferecendo
treinamento aos lojistas, o governador levou três anos para entregou a obra.
Resultado, no dia que foi fazer isso, o pavimento cedeu, provavelmente por
falta de uso.”
Para o prefeito, o maior absurdo e uma amostra da falta de
planejamento, é o que está acontecendo com o Campeonato Paraibano, que ficou
ameaçado de não acontecer por conta da situação precária dos estádios de
futebol administrados pelo governo do estado.
Inovação administrativa e diálogo
O desafio a atual
administração pessoense, segundo o Prefeito, é manter o ritmo, dar continuidade
às obras e primar pela inovação com o objetivo de imprimir uma marca própria.
“Assim
como aconteceu no plano federal, temos a clara consciência de que o PT não pode
errar em João Pessoa. E eu avalio que estamos no caminho certo”, disse Cartaxo
quando se referiu às expectativas sobre sua administração.
Para o prefeito, a gestão
tem muito de continuidade, mas é preciso inovar, introduzir novas práticas políticas
e administrativas e novos projetos.
“E isso só pode acontecer se nós soubermos
onde queremos chegar. E nós sabemos.”
Mas, para atingir esses objetivos, Cartaxo
aposta no diálogo e na negociação.
“Nós não somos os donos da verdade e nem
temos a ilusão de que estamos imunes à crítica. Precisamos de parceiros, dentro
e fora da administração. Quem quiser contribuir para aperfeiçoar a gestão terá
sempre um canal aberto na Prefeitura.”
Trabalhar os valores da cidade
Luciano Cartaxo acredita
que também é papel da administração municipal trabalhar para melhorar a autoestima
dos cidadãos pessoenses. E para tanto é essencial potencializar o valores que
compõe as nossas tradições como povo e como cidade.
“Todos os eventos que
promovemos tem esse objetivo. Tudo está articulado numa estratégia que envolve
a divulgação da cultura, do nosso patrimônio histórico, artístico e cultural, onde
também se insere a política de turismo. Um exemplo disso foi a criação da nossa
Orquestra Sinfônica do Município e a realização do Festival Internacional de Música
Clássica. Este último aconteceu no interior das igrejas que compõem o nosso
patrimônio histórico”.
Outra ação que o prefeito considera importante foi o
apoio dado aos clubes de João Pessoa, em especial, ao Botafogo, pelo desempenho
que teve no ano passado. No ano passado, o Botafogo completou 10 anos sem vencer
um campeonato paraibano.
Quando eu disse que era exatamente o período em que
Ricardo Coutinho permaneceu na Prefeitura de João Pessoa, Cartaxo fez um ar de
riso concordando.
O espaço acabou e não
foi possível tratar de política. Amanhã eu volto à conversa com Luciano Cartaxo
e sobre suas opiniões sobre 2014, blocão, Nadja Palitot, a relação com Luciano
Agra e o rompimento com o vereador Raoni Mendes.
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