domingo, 19 de janeiro de 2014

Luciano Cartaxo sob fogo cruzado

Ataques da imprensa? Lula sabe como é.
O ano de 2014 começou com a novidade da mudança na Secretaria de Comunicação do governo Ricardo Coutinho. Mas, pelo visto, a mudança não foi apenas de nome. 

Não se pode afirmar com a certeza da verdade a existência de relações entre uma coisa e outra, mas pode não ser coincidência a mudança no tratamento, tanto no meio político e como na mídia, que vem recebendo o Prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo. 

Além das “crises” geradas por refregas públicas com vereadores “insatisfeitos” – Deus sabe as raiz dessas insatisfações, – o Prefeito petista tem de lidar com uma campanha poucas vezes vista na imprensa paraibana. 

Na João Pessoa de 2014, qualquer entulho em calçada, banheiro sujo, desrespeito à faixa de pedestre, lixo na Lagoa, tudo virou motivo para matérias e manchetes de capa de jornal, devidamente repercutidas em reportagens em programas de rádio, recheadas com “depoimentos” de cidadãos indignados pelas ruas da capital.

Aconteceu também com Veneziano

Eu lembro que a última vítima dessa estratégia foi o ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego. Depois da derrota de Tatiana Medeiros nas urnas, o “Cabeludo” viu sua gestão, até então com altos índices de aprovação, tornar-se um caos nas páginas de jornal e em programas de rádio. 

A administração de Veneziano era tão bem avaliada que a desconhecida candidata do PMDB apoiada por ele destronou a veterana Daniela Ribeiro e foi para o segundo turno com o tucano Romero Rodrigues, apoiado por Cássio Cunha Lima, mas essa campanha organizada nos últimos dias de gestão tentou desconstruir o prestígio e a imagem de bom administrador que o ex-prefeito de Campina construiu nos seus oito anos que passou na Prefeitura. 

E, ninguém desconhece esse fato e certamente por isso mesmo, o “Cabeludo” era o candidato a governador do PMDB e, à época, a única ameaça real ao projeto de reeleição de Ricardo Coutinho.

Por isso, Luciano Cartaxo não pode subestimar os ataques que sua administração recebe hoje. Aprovada por 73% dos pessoenses, segundo a última pesquisa de opinião, a administração petista não entrou na linha de tiro por acaso. 

Quanto maior for a aprovação de Cartaxo maior sua capacidade de influenciar o voto dos eleitores de João Pessoa, em 2014. 

Antes o maior reduto ricardista, João Pessoa deve ser fatiada entre as quatro fortes candidaturas que devem ser apresentadas ao governo, cada uma capaz de abiscoitar um naco desse eleitorado: Ricardo Coutinho, Nadja Palitot, Veneziano Vital e Cássio Cunha Lima tem tudo para repetir a disputa de 2012. 

E se isso acontecer, mesmo que RC vença, seu espólio terá sido anulado numa diferença insignificantes, e talvez insuficiente, para leva-lo ao segundo turno.

É isso que está em jogo.

Charliton Machado avalia a candidatura de Cássio

O presidente estadual do PT, Charliton Machado, tem a oportunidade de comandar o partido em seu melhor momento na política paraibana e com o desafio de expandir a influência petista para voos mais altos. 

Quem conhece o PT sabe que, para chegar a esse objetivo, Machado tem de se comportar com o cuidado e a habilidade de alguém que se move numa sala repleta de cristais. 

Seja internamente, na busca para dar o máximo de homogeneidade política à miríade de tendências que compõem o PT, seja externamente, para cultivar e manter os aliados que o partido tem nacionalmente, combinando os interesses de cada um com os do PT. 

Realmente, não é uma tarefa fácil. Machado, porém, tem conseguido dar conta do recado. Investido no cargo que ocupa hoje, ele tem se convertido no principal operador político do PT e do prefeito Luciano Cartaxo quando se trata de manter a calmaria que vive hoje o PT, hoje, e, também, em conversas com aliados e potenciais aliados que os petistas querem ter do lado em 2014.

Numa rápida conversa ontem, depois de um encontro casual na UFPB, Charliton Machado expôs algumas opiniões que valem a penas compartilhá-las aqui. 

Antes de mais nada, eu quis saber a respeito do assunto do momento, que é a candidatura do Senador Cássio Cunha Lima, que, no clima do momento, parece irreversível, e de como ela altera – e se altera – a estratégia petista. 

“Primeiro, é bom pontuar, disse ele, que isso mostra a fragilidade política e eleitoral em que se encontra o governador Ricardo Coutinho. Se o governador estivesse bem, não haveria espaço para Cássio que, se for mesmo candidato, será um candidato governista, só sem a máquina do governo”. 

Para Charlinton, não haverá como Cássio fugir da contradição de não apenas ter apoiado a eleição de Ricardo, ter participado do governo e, principalmente, ter se mantido em silêncio diante dos erros e das arbitrariedades cometidas pelo governador. 

“Qual foi mesmo a grande discordância manifestada publicamente por Cássio contra qualquer ação de Ricardo Coutinho. Então, ele não é apenas copartícipe, mas também é cumplice”, sentencia Machado, deixando claro que, com o PSDB, não há qualquer possibilidade de aliança.

Nadja é a nova política


A candidatura de Cunha Lima se aproveita desse sentimento oposicionista que é visível em todo o estado. Segundo o presidente do PT, 

“Trata-se de uma reação popular ao estilo autoritário e perseguidor de Ricardo Coutinho. O governador não dialoga com ninguém, e não é apenas com a Assembleia. Não há diálogo com os movimentos sociais, com os servidores.” 

Há mais que um sentimento de oposição, há um sentimento que busca novas formas de fazer política, uma reação à sucessão de governos ruins do PMDB, do PSDB e PSB que hoje querem se manter ou reassumir os destinos políticos da Paraíba. 

“A candidatura de Nadja pretende debater essas questões, representar esse sentimento de mudança no país e expressar na Paraíba um projeto que una desenvolvimento com cidadania”.

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