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Ataques da imprensa? Lula sabe como é. |
O ano de 2014 começou
com a novidade da mudança na Secretaria de Comunicação do governo Ricardo
Coutinho. Mas, pelo visto, a mudança não foi apenas de nome.
Não se pode
afirmar com a certeza da verdade a existência de relações entre uma coisa e
outra, mas pode não ser coincidência a mudança no tratamento, tanto no meio
político e como na mídia, que vem recebendo o Prefeito de João Pessoa, Luciano
Cartaxo.
Além das “crises” geradas por refregas públicas com vereadores
“insatisfeitos” – Deus sabe as raiz dessas insatisfações, – o Prefeito petista
tem de lidar com uma campanha poucas vezes vista na imprensa paraibana.
Na João
Pessoa de 2014, qualquer entulho em calçada, banheiro sujo, desrespeito à faixa
de pedestre, lixo na Lagoa, tudo virou motivo para matérias e manchetes de capa
de jornal, devidamente repercutidas em reportagens em programas de rádio,
recheadas com “depoimentos” de cidadãos indignados pelas ruas da capital.
Aconteceu também com Veneziano
Eu lembro que a última
vítima dessa estratégia foi o ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do
Rego. Depois da derrota de Tatiana Medeiros nas urnas, o “Cabeludo” viu sua
gestão, até então com altos índices de aprovação, tornar-se um caos nas páginas
de jornal e em programas de rádio.
A administração de Veneziano era tão bem
avaliada que a desconhecida candidata do PMDB apoiada por ele destronou a
veterana Daniela Ribeiro e foi para o segundo turno com o tucano Romero
Rodrigues, apoiado por Cássio Cunha Lima, mas essa campanha organizada nos
últimos dias de gestão tentou desconstruir o prestígio e a imagem de bom
administrador que o ex-prefeito de Campina construiu nos seus oito anos que
passou na Prefeitura.
E, ninguém desconhece esse fato e certamente por isso
mesmo, o “Cabeludo” era o candidato a governador do PMDB e, à época, a única
ameaça real ao projeto de reeleição de Ricardo Coutinho.
Por isso, Luciano
Cartaxo não pode subestimar os ataques que sua administração recebe hoje. Aprovada
por 73% dos pessoenses, segundo a última pesquisa de opinião, a administração
petista não entrou na linha de tiro por acaso.
Quanto maior for a aprovação de
Cartaxo maior sua capacidade de influenciar o voto dos eleitores de João
Pessoa, em 2014.
Antes o maior reduto ricardista, João Pessoa deve ser fatiada
entre as quatro fortes candidaturas que devem ser apresentadas ao governo, cada
uma capaz de abiscoitar um naco desse eleitorado: Ricardo Coutinho, Nadja
Palitot, Veneziano Vital e Cássio Cunha Lima tem tudo para repetir a disputa de
2012.
E se isso acontecer, mesmo que RC vença, seu espólio terá sido anulado
numa diferença insignificantes, e talvez insuficiente, para leva-lo ao segundo
turno.
É isso que está em jogo.
Charliton Machado avalia a candidatura de Cássio
O presidente estadual do
PT, Charliton Machado, tem a oportunidade de comandar o partido em seu melhor
momento na política paraibana e com o desafio de expandir a influência petista
para voos mais altos.
Quem conhece o PT sabe que, para chegar a esse objetivo,
Machado tem de se comportar com o cuidado e a habilidade de alguém que se move
numa sala repleta de cristais.
Seja internamente, na busca para dar o máximo de
homogeneidade política à miríade de tendências que compõem o PT, seja
externamente, para cultivar e manter os aliados que o partido tem
nacionalmente, combinando os interesses de cada um com os do PT.
Realmente, não
é uma tarefa fácil. Machado, porém, tem conseguido dar conta do recado.
Investido no cargo que ocupa hoje, ele tem se convertido no principal operador
político do PT e do prefeito Luciano Cartaxo quando se trata de manter a
calmaria que vive hoje o PT, hoje, e, também, em conversas com aliados e
potenciais aliados que os petistas querem ter do lado em 2014.
Numa rápida conversa
ontem, depois de um encontro casual na UFPB, Charliton Machado expôs algumas
opiniões que valem a penas compartilhá-las aqui.
Antes de mais nada, eu quis
saber a respeito do assunto do momento, que é a candidatura do Senador Cássio
Cunha Lima, que, no clima do momento, parece irreversível, e de como ela altera
– e se altera – a estratégia petista.
“Primeiro, é bom pontuar, disse ele, que
isso mostra a fragilidade política e eleitoral em que se encontra o governador
Ricardo Coutinho. Se o governador estivesse bem, não haveria espaço para Cássio
que, se for mesmo candidato, será um candidato governista, só sem a máquina do
governo”.
Para Charlinton, não haverá como Cássio fugir da contradição de não
apenas ter apoiado a eleição de Ricardo, ter participado do governo e,
principalmente, ter se mantido em silêncio diante dos erros e das
arbitrariedades cometidas pelo governador.
“Qual foi mesmo a grande
discordância manifestada publicamente por Cássio contra qualquer ação de
Ricardo Coutinho. Então, ele não é apenas copartícipe, mas também é cumplice”,
sentencia Machado, deixando claro que, com o PSDB, não há qualquer
possibilidade de aliança.
Nadja é a nova política
A candidatura de Cunha
Lima se aproveita desse sentimento oposicionista que é visível em todo o
estado. Segundo o presidente do PT,
“Trata-se de uma reação popular ao estilo
autoritário e perseguidor de Ricardo Coutinho. O governador não dialoga com
ninguém, e não é apenas com a Assembleia. Não há diálogo com os movimentos
sociais, com os servidores.”
Há mais que um sentimento de oposição, há um
sentimento que busca novas formas de fazer política, uma reação à sucessão de
governos ruins do PMDB, do PSDB e PSB que hoje querem se manter ou reassumir os
destinos políticos da Paraíba.
“A candidatura de Nadja pretende debater essas
questões, representar esse sentimento de mudança no país e expressar na Paraíba
um projeto que una desenvolvimento com cidadania”.
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