Em política, todo mundo
sabe, as alianças são fundamentais para conquistar o poder e governar.
Em 2010,
não foi segredo para ninguém o acordo de conveniências que determinou a junção
de dois adversários políticos (Ricardo Coutinho e Cássio Cunha Lima), que então
tinham um único objetivo comum: derrotar o PMDB de José Maranhão.
As promessas
de vantagens oferecidas a Coutinho não foram poucas: a conquista do governo e
todo o poder que isso representa.
Pelo lado de Cássio, não
se tratava apenas de vingança, mas de sobrevivência. Cunha Lima sabia que, caso
o grupo liderado por José Maranhão se mantivesse unido, ele teria grandes
chances de enfrentar na disputa para o Senado duas jovens lideranças em
ascensão (Ricardo Coutinho e Veneziano Vital), que poderiam derrotá-lo e jogá-lo
no ostracismo, mesmo que temporário.
O futuro não era em nada alvissareiro para
Cássio Cunha Lima depois de 2007: prestes a ser cassado, com o principal
adversário político às portas do poder e na mira de duas lideranças da nova
geração a ameaçar-lhe a vitoriosa trajetória, só lhe restava dividir a oposição
atraindo quem ele poderia atrair: Ricardo Coutinho, cuja ambição removeria,
como de fato removeu – qualquer possível veleidade política ou ideológica.
Cássio jogou-lhe a irresistível isca e RC abocanhou-a com gosto.
A aliança de 2010 serviu mais aos objetivos de Cássio do que
de RC
Todos sabiam, contudo –
inclusive o próprio Ricardo, – que aquela era uma aliança sem futuro, que não
resistiria a mais uma eleição. Cássio se serviu, e muito, dela: sem a aliança
com RC em 2010 ele se elegeria Senador?
Teria um palanque forte o bastante para
confrontar e derrotar José Maranhão? Como ele enfrentaria, em caso de derrota,
a hegemonia do PMDB, que seria avassaladora?
Por isso, a vitória de Coutinho
serviu mais a estratégia de longo prazo de Cássio do que a de RC, que viu
apenas as vantagens imediatas – e que vantagens! – de um acordo de
conveniências. E isso pode ser observado pelos resultados: enquanto Cássio
recuperou o prestígio com o discurso que o fazia parecer um Cristo pregado na
cruz pela perseguição implacável do maranhismo, RC tinha que se justificar perante
seu eleitorado.
Menos de dois anos depois da vitória vieram os primeiros
recados: ao mesmo tempo em que Cássio celebrava a reconquista de Campina, sua
fortaleza, Coutinho chorava a humilhante derrota sofrida em João Pessoa.
Enquanto Cássio saboreava à distância a doce vida do Senado, RC penava para
cumprir os compromissos das armadilhas que Cunha Lima preparara para José
Maranhão, mas que sobrara para ele.
E RC, mais realista que o rei, pagou para
ver e amealhou inimigos que ele nunca sonhara em ter nos distantes primeiros
anos de atuação política. Hoje, Cássio é paparicado aonde chega, já RC...
Enfim, Cássio jogou com brilhantismo e, sempre agregador, acabou se tornando
sem muito esforço o oposto do que representava o estilo centralizador e
desagregador de Ricardo Coutinho.
E está mais do que na hora dele anunciar seu
golpe final: a candidatura ao governo. Essa história de que vai consultar o
partido tem o objetivo apenas de ganhar tempo e aumentar o suspense.
Mais respeito com o eleitorado, Cássio
Chegou a hora de Cássio
deixar de brincar, levar a sério a Paraíba e parar de vez com essa brincadeira
de esconde-esconde com o eleitor, onde uma hora ele aparece no governo, em
outra na oposição.
Não se discute aqui a legitimidade da candidatura do senador
tucano, que pertence a outro partido distinto do PSB do governador, é uma
liderança com luz (muita luz) própria e possui um projeto nacional com o qual
tem o dever partidário de contribuir.
A
questão é outra, e vamos situá-la no seu devido lugar. É preciso que se
estabeleçam limites éticos quando se trata de conveniências políticas.
O
senador não pode manipular as expectativas do eleitorado, como faz hoje,
deixando em aberto uma questão que nem de longe pode ser considerada menor: a
de que o eleitor ainda não sabe se Cássio é de situação ou de oposição.
O
governador, por seu lado, terá dificuldades de cobrar de Cunha Lima lealdade a
seu projeto político já que, nesse ponto, o tucano segue rigorosamente o roteiro
delineado por Eduardo Campos, o candidato a presidente do PSB, que por quase 11
anos se beneficiou do apoio de Lula e Dilma e, no finalzinho do governo,
resolveu se jogar nos braços da oposição.
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Se na final contra o Juventude foram apenas 20 mil torcedores, como o Almeidão já recebeu mais de 44 mil um dia? |
Diretoria do Botafogo não está nem aí para a situação
econômica da torcida
Não está na hora da
diretoria do Botafogo começar a retribuir à torcida o apoio dado ao time no ano
passado?
Até quando Nelson Lira e companhia vão fazer o torcedor de joguete,
apostando que sua paixão vai impedir de enxergar o absurdo que é fazê-lo pagar
mais, quando ele poderia economizar, especialmente nesse que promete ser um
longo ano para o Botafogo. E que certamente custará alto para o bolso do torcedor.
Essa história de só disponibilizar 500 ingressos do Vale-Legal, o programa
eleitoral que permite o torcedor trocar notas-fiscais por ingresso, e apenas
para os beneficiários do Bolsa Família, mostra bem que a diretoria do Belo não
está nem aí para a situação econômica de sua torcida.
Se pelo menos houvesse
transparência na gestão dos recursos obtidos, principalmente com a venda de
ingressos.
Ainda hoje eu espero pela resposta a respeito do destino dos mais de
10 mil torcedores – por baixo – que foram ao Almeidão e não foram computados na
divulgação do publico e, claro, da renda.
O estádio estava lotado e foram
anunciados apenas 20 mil torcedores, quando a capacidade é de mais de 35 mil.
Eu,
que fui a todos os jogos da Série C e adoraria assistir a estreia do Botafogo
no Nordestão, me recuso a pagar R$ 30,00 para ir ao Almeidão no próximo
domingo. Se o Vale-Legal não estivesse em vigência, tudo bem.
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