Para ele, o ritmo de crescimento
renda dos jovens mais pobres cresceu num ritmo maior do que os espaços de
consumo.
Especialmente nos
shoppings, esses jovens são discriminados pela roupa. Como eles acham que serão
menos discriminados se estiverem bem vestidos,
compram mais roupas de
marcas (originais).
Renato Meireles, nesse ponto, cita que os hábitos de
consumo se distinguem quando se trata de compra de produto falsificados.
Segundo constatou as pesquisa do Data-Popular:
1. As classe A e B
consomem mais produtos piratas do que a classe C;

Isso acontece porque
quem é de classe média acha que ninguém imaginará que, pela sua condição
social, o produto que ele usa é falso - enquanto é bastante comum,
acrescento eu, se imaginar que os produtos que os jovens da "nova classe
média" usam é que são (vejam só!) falsificados.
Hoje, esse jovem tem
oportunidade de trabalhar (por conta do aumento da empregabilidade) e de
estudar (devido às novas oportunidades criadas pelo
aumento de vagas do
Reuni, do Prouni e no ensino técnico e tecnológico.
Por isso, esse jovens são
responsáveis hoje por quase dobrar a renda familiar.
O jovem da "nova
classe média" contribui com a renda familiar o equivalente a 97% do que
contribui os pais.
Democratização do
consumo
Essa ascensão social dos
mais pobres tem incomodado a elite, que tem que conviver com pessoas de outra
classe social. E não apenas nos shoppings.
Meireles cita uma frase
que está se tornando bem conhecida: "esse aeroporto está virando uma
rodoviária", que se refere à presença de pessoas pobres
- pelas roupas que
vestem - que enchem os aeroportos, os aviões e os bolsos dos donos de
companhias aéreas.
A raiz do "caos aéreo" que a mídia tenta fazer crer que existe
está nessa mudança. Eu mesmo já ouvi dentro de um avião o comentário jocoso de
uma senhora que, sentada ao meu lado antes da partida do avião, disparou: "Agora, a
gente tem que conviver com essas pessoas até dentro dos aviões". Eu
respondi que elas também tinham esse direito, fechei os olhos e fingi dormir.
Segundo contatou outras
pesquisas do Data-Popular:
55% da elite acha que
deveria haver obrigatoriedade de versões diferenciadas de produtos para rico e
para pobre;
50% da elite defende que
apenas pessoas do mesmo nível social deveriam frequentar determinados
ambientes;
17% da elite acha que
pessoas mal vestidas deveriam ser impedidas de entrar em determinados lugares
(isso apenas as que assumem abertamente esse pensamento);
26% acham que a presença
do metrô aumenta a circulação de pessoas indesejáveis no bairro, o que ficou
patente entre os moradores do bairro de Higienópolis, em São Paulo.
E 17% defendem que todo
estabelecimento comercial deveria ter elevador para trabalhador e patrão
separados.
Enfim, é bom essa galera
ir se acostumando. O mais pobres já estão aí. E virão cada vez.
Escute a entrevista clicando abaixo.
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